E aí gente, como é que vocês estão?
Normalmente quando preciso falar de assuntos mais sérios eu faço isso em formato de texto, mas hoje eu resolvi fazer um vídeo junto.
Eu tenho visto muitos caras fazendo comentário machistas sobre mulheres não serem “gamers de verdade”. Então sentei, gravei o vídeo, editei e fiquei assistindo várias vezes enquanto me decidia se postava ou não. Eu decidi fazer um vídeo porque a maioria dos vídeos do meu canal são de jogos, um dos motivos principais de eu ter feito o canal foi porque eu sentia falta de conteúdo de certos jogos em português (além de amar videogames), então eu queria levar esse assunto pra lá. Acontece que eu nunca tinha falado de machismo ou feminismo no canal, a maioria das pessoas inscritas são homens e eu fiquei com receio das reações que esse vídeo teria.
Foi exatamente esse receio que me convenceu de que eu devia postar sim. O fato de eu ficar com medo de postar sobre isso significa que a gente ainda tem um longo caminho quando falamos de mulheres na área de games. Sempre falei pra todo mundo que o Ideias em Roxo tem um viés feminista, inclusive está escrito lá no “sobre” do blog, eu também escrevo para outros dois sites com essa temática, então é óbvio que esse era um assunto relevante para eu falar.
Por que eu tô falando isso? Porque se eu, que tô há algum tempo martelando em assuntos polêmicos, me vi com medo de trazer esse tema pro meu canal (por mais que não precisa fuçar muito pra saber das minhas opiniões), imagino que muitas outras moças também evitem falar de certas coisas pelo mesmo motivo.
Agora, sobre o assunto em questão, eu andei pesquisando que muitas das pessoas que jogam qualquer tipo de jogo, inclusive os tais “jogos de verdade” pra console, não se consideram gamers, porque criaram essa ideia de que o “gamer de verdade” é aquele que fica o dia inteiro jogando. Obviamente essas classificações sempre vão pesar mais para o lado da mulher e sempre aparecem para desmerecê-las, como explico no vídeo.
Muitos desses “gamers de verdade” que usam argumentos de “você precisa de vários consoles e vários jogos” já tem idade suficiente pra entender que tempo e dinheiro não prova o amor de alguém por jogos, só prova que a pessoa tem uma condição de vida privilegiada o suficiente pra gastar tempo e dinheiro com isso. Eu reconheço que, apesar de ser mulher e sofrer machismo, eu tenho inúmeros outros privilégios, o fato de eu ter todas as coisas de games que eu tenho é um dos reflexos desses privilégios. Inclusive foi reconhecendo isso que me veio a ideia dos vídeos sobre Dragon Age e Mass Effect, saber inglês no nível que eu sei com a minha idade é um privilégio.
Mulheres, o espaço de games é tanto nosso quanto deles, é de qualquer pessoa que ame videogames. Não tem jeito certo de ser gamer, todos que jogam podem se chamar assim, obviamente só se considera gamer quem quiser, mas não existe uma lista de pré-requisitos. Sempre vai ter alguém para nos desmerecer, como eu comento no vídeo, isso é algo que eu encarei desde cedo, tudo é motivo para tentarem arrancar nossa carteirinha, mas nós seguimos firmes e fortes.
Inclusive, depois que gravei o vídeo, a Rebeca do Collant escreveu esse texto por lá que também é uma discussão muito importante para o assunto.
Enfim, dito tudo isso, vai ver o meu desabafo sobre o assunto lá no canal. Eu queria ter falado sobre muitas outras coisas também, é um assunto extenso, mas a gente tem que ir cortando pra caber no vídeo.
Não se esquece de dar uma força pro canal, se inscreve lá e dá joinha!
Oi!
Posso deixar textão?
Li primeiramente o texto no Collant Sem Decote, depois assisti ao vídeo e, por fim, resolvi comentar.
Como não tô a fim de comentar no vídeo, então achei que na fonte primária seria melhor.
Minha sábia mãe nunca me deu um vídeo game ou qualquer outro dispositivo em que eu pudesse jogar; cheguei a ter um mini game (daqueles que vinham trocentas jogos do tipo tetris, corridas, subidas e afins) e um tamagoshi que comprei ou ganhei, não lembro.
Então pra jogar Mario, Donk Kong, Sonic, jogos de luta etc tinha que ser na casa de vizinho, parentes e amigos.
Mas ela não conseguiu barrar a entrada do computador em casa.
Já de início vieram alguns jogos além dos clássicos (paciência, campo minado etc): paranóicos (aquele com a bolinha que bate nos blocos coloridos), fuga (se não me engano o nome dele era Wolf no original, um dos primeiros jogos em 1a. pessoa, se não for o primeiro), um de corrida, outro de vôo e um de luta (Double Dragon).
Logo me identifiquei com esse admirável mundo novo e me esbaldei em todos eles.
Nunca mais parei com jogos eletrônicos.
Tive emulados de zsnes com mil jogos ou mais ;P, acompanhava notícias de Final Fantasy, Tomb Raider e Residente Evil com inveja por não ter um console, joguei muito Priston Tale, Ragnarok, um pouco de WOW e Diablo II, mil jogos de Galactic Wars a Empire, odiei Counter Strike (jogos de tiro em 1a. pessoa não são pra mim, sou muito ansiosa pra agüentar a adrenalina), devo ter batido todos os recordes em Bejewled, joguei um sem número de jogos poucos conhecidos e facilmente esquecíeis e, por fim, caí de amores mesmo foi por The Sims.
Jogo desde o 1, diminui o ritmo no 2, por conta de que meu hardware não acompanhar as especificações e tô achando a política de venha lucro a nós e merda aos fãs que se intensificou no 3 uma palhaçada, às vezes bate o hype, mas tô sem tesão nenhum em comprar o 4 e a versão Sparow tem dado muito trabalho por conta das atualizações e da merda do Origin (morei muito tempo em interior e em áreas periféricas, então acho essa necessidade de estar conectada pra iniciar a jogar uma verdadeira bosta – sinta essa palavra com Caps Lock ativo – fora que, devido a distância dos grandes centros, a tecnologia chegou a mim com pelo menos uns 10 anos de delay).
Atualmente tenho me contentado com jogos gratuitos do iPad, pois saí da casa dos meus pais e comecei a pagar minhas contas, então minha prioridade nos gastos mudou, não a forma com que eu passo meu tempo livre.
Faz anos que estou no ultimo nível do The Sims Freeplay e facilmente devo ter mais de 200hrs no Candy Crush, fora as dezenas de ressurreições no Infinity Blade II. Só não tenho mais jogos instalados no meu iPad por conta da memória. 😦
Eu posso ser considerada Gamer?
Ou somente uma jogadora casual?
Qual a definição de jogador casual?
É o tipo de jogo ou meramente o tempo que vc gasta?
O que seria o Gamer?
É o que se dedica? É o que se interessa? É o que tem X horas de jogo ou o que zerou tantos jogos ou ainda o que tem determinados jogos?
Mas é se o jogo não é de zerar?
Gamer é jogador de jogo modinha determinado pela indústria?
Provavelmente não entro na categoria de Gamer, não me identifico assim (inclusive pelos motivos que vc citou no vídeo, não quero tá no msm grupo desses babacas que se dizem Gamer e desqualificam a posição do outro, em geral, mulheres), joguei um monte de coisa, mas só zerei o que realmente me interessou, e não era jogos modinha, sei que esse é um assunto que eu tenho conhecimento e me interessa muito mais do que música e maquiagem (juntos), por exemplo…
Achei ótimo vc ter falado na questão do privilégio, pq até antes da popularização dos smartphones esse era um mercado de nicho, um clubinho fechado. Parece que a pecha de Gamer é pra manter o ‘núcleo duro’ desse mercado em um patamar diferenciado e tb está fortemente ligado ao machismo, não sei se o conceito seria para criar um nicho do nicho, mas tipo, um panteão dentro da massificação que se tornou o esse mercado.
Obrigada pelo texto e pela oportunidade e espaço de me expressar!
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Olá LN, desculpa a demora pra responder, ando tendo uns dias bem ocupados, hahah!
Eu sou da opinião que é gamer quem quiser se classificar dessa forma, acho que quando começamos a falar “só é gamer quem joga x horas por dias/ x jogos por mês” a gente pode cair nesses discursos que exclui certos grupos. Eu mesma, que me considero gamer, não jogo faz quase um mês porque ultimamente tá difícil, tem gente que joga todo o dia e não se considera gamer, vai de cada um.
Que bom que você gostou do vídeo/texto! Pode deixar textão sempre 😀
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