2º Episódio: Stormborn | 7ª Temporada de Game of Thrones

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Quando a temporada começou, eu estava com receio de que o ritmo ficasse muito lento e alguns elementos fossem deixados de lado. Não que a série esteja acertando sempre, mas se tem uma coisa que o ritmo não está, é lento. Stormborn movimentou a história de uma forma que fazia tempo que eu não via no começo de qualquer temporada de Game of Thrones.

Por mais que a série ainda não lide com os conflitos políticos da melhor forma, e que às vezes pareça fazer mais coisas pelo fanservice do que pela história em si, essa temporada sabe nos deixar animados para o que vem a seguir. Talvez isso seja mais mérito de uma tensão construída por anos do que pelos episódios atuais, mas ainda assim, ver várias coisas que tanto esperávamos finalmente acontecer abala o coração de qualquer fã.

Stormborn acerta muito nas referências. É um episódio que fez a lição de casa, os personagens se lembram o que aconteceu antes e usam isso no momento atual em que estão. Isso é importante, porque essa temporada é o momento de fechar pontas soltas, de lidar com todas as pendências que os fãs querem ver resolvidas há anos.

Com muitas questões políticas, tensões, momentos agoniantes e lutas, todo estamos sentindo que de fato Game of Thrones está caminhando para o seu final. O episódio não tomou as melhores decisões sempre, mas empolgou e mudou algumas perspectivas que tínhamos até então.

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Em Pedra do Dragão, Daenerys interrompe o seu planejamento da guerra para questionar Varys sobre suas decisões passadas. Por mais sentido que isso faça, Daenerys já devia ter interrogado ele antes, não? Varys vendeu informações dela, mandou um assassino matá-la… Essa conversa, em tese, teria que ter acontecido na última temporada, ou pelo menos enquanto eles viajavam juntos. Eu entendo que a série tenha esperado para mostrar essa conversa agora, porque é algo importante, mas pareceu um pouco atrasado.

No entanto, é uma cena que mostra muito dos dois. Varys é um cara difícil de ler, nós mal entendemos suas intenções. Ele diz, com certo tom de raiva na voz que eu adorei, que ele serve as pessoas de Westeros, os que não são nobres e que não vai servir ninguém cegamente, por isso já traiu reis antes. Talvez não seja bem isso, há várias teorias de que na verdade Varys não é tão “bondoso” assim, mas estaria tentando colocar um outro personagem no trono, mas já que essa pessoa nem existe na série, talvez faça sentido essa mudança. Já Daenerys exige que Varys diga na cara dela se ela estiver fazendo algo errado ao invés de traí-la. Pode parecer que ela está disposta a ouvir esse conselho, mas será que estará no futuro? Já que a série levantou essa possibilidade, eu gostaria muito de um dia ver Varys ir até Daenerys e dizer que ela está fazendo algo errado para o reino, assim descobriríamos se ela é tão parecida ou não com o Rei Louco.

Melisandre chega em Pedra do Dragão, trazendo a questão do Azor Ahai. Daenerys não está muito feliz com essa profecia, até Missandei apontar que o “príncipe” que é falado não necessariamente é um homem, porque o gênero é neutro. Eu vi algumas pessoas falando que essa exposição era desnecessária, mas eu honestamente achei ela bem colocada. Apesar de muita gente saber que valiriano usa gênero neutro, é algo que não foi bem pontuado na série. Sem contar que, considerando o fandom machista de Game of Thrones, acho que é bom sim fazer alguns caras perceberem que não é só homem que pode ser o salvador. Quantas histórias nós conhecemos de uma mulher ser a grande escolhida?

De qualquer forma, Melisandre já viu que profecias são coisas perigosas e avisa Daenerys disso, o que é um ponto muito importante no universo de Game of Thrones. Melisandre fala sobre Jon Snow, dizendo que a guerra contra os White Walkers é o mais importante. Tyrion se lembra de Jon, o que é ótimo, porque no começo da história eles têm uma relação bem legal. Esse encontro é a coisa mais lógica a se fazer agora. Tanto o Norte quanto Pedra do Dragão odeiam Cersei e, como Jon vai descobrir daqui a pouco, ele poderia usar a ajuda dos dragões da Daenerys para lutar contra os White Walkers. O que me preocupa é essa certeza de que “ele vai ser curvar”.

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Há muitos paralelos sendo feitos entre Daenerys e Aegon, afinal ele foi o Targaryen que uniu os Sete Reinos. Assim como Aegon, Daenerys também chegou em Westeros com três dragões. As histórias dizem que, depois de ter conquistados outras terras, Aegon foi até o Norte com seu exército. Torrhen, o senhor do Norte na época, viu aquilo e percebeu que ele não tinha a menor chance contra Aegon, e ele provavelmente estava certo, então jurou fidelidade aos Targaryen e ficou conhecido como “o rei que se ajoelhou”. Torrhen foi visto como fraco por muitos, mas ele provavelmente salvou o Norte e a linhagem Stark fazendo isso. Pode ser que role um paralelo assim com Jon, mas eu acho bem difícil ele simplesmente se ajoelhar, mesmo com a ameaça dos dragões.

Mais tarde, vemos um conselho de guerra com Daenerys, Tyrion, Olenna Tyrell, Ellaria Sand, Yara e Theon Greyjoy… O que é um pouco esquisito. Por mais que eles tenham um inimigo em comum, essas pessoas não necessariamente se gostam. Tyrell e Martell são inimigos há anos. Tyrion também não é fã de Ellaria, já que ela envenenou Myrcella que, por mais que fosse Lannister e filha da Cersei, era uma adolescente inocente. Daenerys defende Tyrion, o que eu acho muito legal. Por mais inteligente que ele seja e bom no que faz, ele nunca foi muito apreciado, sempre sendo “o outro” entre a família, os inimigos e a nobreza em geral, então eu sempre gosto quando Daenerys mostra que confia Tyrion, acho que é importante para o personagem.

A maioria quer atacar Porto Real de uma vez. Faz sentido, eles podem usar os dragões, botar fogo em tudo e acabar com a história. Mas aí que está: Eles querem fazer isso? Como Tyrion e Daenerys dizem, isso seria a mesma coisa que governar cinzas, e esse não é o ponto. O plano é: buscar o exército de Dorne com os navios dos Greyjoy e cercar Porto Real de um lado, enquanto o exército dos Tyrell cerca do outro. Tyrion é muito esperto quando diz que um exército de estrangeiros na capital vai piorar as coisas. Os dothraki e os imaculados são mandados para Rochedo Casterly e isso parece ser o plano mais sensato.

O meu grande problema com isso é a logística das coisas. Nas anotações que faço durante o episódio, tem uma parte em que eu escrevi em capslock “Mas que p* é essa de ‘o exército precisar ser buscado?'”. Pois é, isso não faz sentido. A galera de Dorne já devia estar em Pedra do Dragão. Se não está, eles não precisam ser buscados, Dorne está perto de Porto Real. Ellaria não pode mandar um corvo para ninguém lá, ordenando o ataque? Os produtores precisavam balancear os lados, então criaram essa situação forçada, que até tem seu objetivo (vou falar mais disso no final), porém não encaixou tão bem quanto poderia.

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Depois disso, Olenna Tyrell diz que Daenerys deve agir como um dragão e não ouvir homens como Tyrion. Essa conversa me deixou… Confusa. Eu entendo perfeitamente que Olenna não confie e nem goste de Tyrion, ou em homens como ele, mas a lógica dela me parece um tanto quanto falha. Ela diz que só está viva até agora porque ignorou pessoas como Tyrion, mas ela ignorou exatamente porque jogava tão bem, se não melhor, do que eles, e conseguiu sobreviver. Olenna nunca foi de botar medo nas pessoas como ela espera que Daenerys faça, ela foi ganhando a fama com o tempo. Por outro lado, eu entendo um pouco a mudança. Ela menciona a morte de Margaery durante a reunião, talvez por causa do luto ela acredite que manter a boa política, como Margaery fazia, pode não ser o suficiente, principalmente quando o inimigo é a Cersei. De qualquer forma, eu espero que Daenerys não ouça esse conselho, apesar de que acho que vai, se as visões de Bran são algum indício. Ele já viu dragões voando em Porto Real, sem contar que seria uma conversa meio inútil se Daenerys simplesmente a ignorasse. Eu adoro a Rainha dos Espinhos, de verdade, mas nessa eu ainda concordo com Tyrion.

Para terminar o núcleo de Pedra do Dragão, temos a cena de Verme Cinzento e Missandei. Eu já vi que muitas pessoas não gostaram da cena, mas eu achei ela bem encaixada. A relação dos dois já está sendo construída há algum tempo, de vez em quando a gente merece um respiro na série, ver um pouco de duas pessoas que se amam felizes. Essa é a conclusão do arco de Verme Cinzento: Ele foi criado para ser uma arma, sem sentimentos. Depois de anos assim, ele encontra um propósito, serve alguém em quem realmente acredita e descobre que ele pode ter sentimentos sim. Para mim isso é a declaração de que o personagem vai morrer, então não só é uma conclusão, mas é uma forma de fazer a audiência sofrer mais quando ele cair.

No Norte, Jon recebe a carta de Daenerys e as coisas voltam a ficar tensas. Por mais que as pessoas discordem ali, todo mundo tem um pouco de razão. Sansa está com medo de ser uma armadilha de alguma forma, afinal há muitas pessoas que querem a cabeça do Jon e, até onde eles sabem, Daenerys pode ser tão louca quanto o pai. Jon não parece muito confiante, mas ele se lembra de Tyrion, inclusive eu achei muito legal eles usarem uma das frases mais emblemáticas do personagem “Todo o anão é um bastardo aos olhos do pai”. Sansa também se lembra que Tyrion, apesar de ser Lannister, era uma pessoa decente com ela. E Davos também tem um bom ponto: Querendo ou não, a Daenerys tem exatamente o que eles precisam.

Por mais que o público saiba que Daenerys não vai queimar Jon, pelo menos não em um primeiro momento, Sansa e os nobres do Norte não tem como saber disso. A referência deles é o Rei Louco, sem contar que todo Senhor do Norte que foi para o sul morreu. Mas Jon e Davos sabem que é uma oportunidade que eles não podem ignorar, então acredito que Jon fez o melhor: Deixar Winterfell na mão de Sansa e ir até Pedra do Dragão. Jon é o único que pode convencer qualquer pessoa de que os White Walker são uma ameaça real, assim como Sansa tem muito mais experiência política do que Jon, além de ser a herdeira dos Stark de acordo com a ordem da família. E faz muito sentido para o arco da personagem que, depois de ter sofrido horrores no jogo político, ela consiga alcançar essa posição. Também é legal para Sansa perceber que, apesar das divergências, Jon confia nela.

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Depois tem uma cena muito esquisita do Mindinho conversando com Jon. Eu tenho entendido o personagem cada vez menos. Na temporada passada, eu falei que não fazia qualquer sentido o Mindinho achar que Ramsay “não fosse tão ruim assim”, ele é mais esperto do que isso. Também acredito que foi meio burro para alguém como ele chegar em Jon e praticamente dizer “eu quero a sua irmã”. O que ele esperava? Que Jon fosse gostar? Mindinho pode estar testando para ver se Jon é como Ned, mas eu confesso que aquela cena ficou um tanto quanto perdida para mim. Eu imagino que agora Mindinho vá tentar manipular Sansa, mas vai subestimá-la e ser pego de surpresa quando ela mostrar que tem plena capacidade para ser a Senhora do Norte.

Em Porto Real, Cersei já sabe que a Rainha Dragão está em Westeros. Como esperado, ela fala que Daenerys é tão louca quanto seu pai, que está invadindo o reino com um exército estrangeiro. Ela não está errada. Nós todos vimos os dothraki em guerra. Se você fosse de Westeros e visse uma rainha dragão, filha do rei louco, com um exército do que as pessoas acreditam ser “selvagens”, você provavelmente ficaria com medo também. Cersei sabe disso e pretende usar um discurso nacionalista para colocar os nobres do seu lado. Jaime tenta convencer Randyll Tarly a ficar do lado dos Lannisters, só que lorde Tarly é fiel aos Tyrell e, por mais que Olenna esteja do lado de Daenerys e os Tarly não estejam muito felizes, eles são honrados. Randyll inclusive comenta sobre o Casamento Vermelho, dizendo que eles não lutam como os Lannister. Vamos ver se ele vai mudar de ideia.

Qyburn e Cersei conversam sobre possibilidades de matarem os dragões. Uma coisa que de vez em quando vira assunto nas teorias do fandom é sobre como os dragões da Daenerys, por mais que sejam fortes, também podem cair. Na época em que Aegon conquistou Westeros, Rhaenys Targaryen invadiu Dorne com seu dragão, Meraxes, que foi morto com uma arma similar à que aparece na série. É bem provável que ao menos um dos dragões de Daenerys morra.

Na Cidadela, Jorah está com muitos problemas. O escamagris deve consumir sua mente em menos de seis meses. Sam não pretende deixar Jorah morrer tão fácil, então resolve procurar por uma forma de “cura” considerada perigosa, que é provavelmente uma das cenas mais nojentas da série até agora. Por mais que seja legal ver esse lado rebelde do Sam, e também seria incrível que o personagem conseguisse curar Jorah, a situação me parece um tanto quanto forçada. Eu sei que Jorah simplesmente morrer ali parece inútil para o personagem, mas o fato de Sam conseguir curá-lo com esse processo perigoso, ainda mais considerando que ele é um aprendiz, é praticamente um deus ex-machina. Nós ainda não sabemos se funcionou ou não, nem se Sam sofrerá alguma consequência por conta disso, mas não me convenceu. Talvez se ele soubesse algo de seu tempo como membro da Patrulha da Noite, que fosse a “última peça” para fazer aquele processo funcionar, eu acreditaria, mas por enquanto é tudo muito conveniente.

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Com um dos cortes mais nojentos da temporada, passando de pus para comida, vemos Arya na taverna em que Torta-Quente trabalha. Quem achou que ele ia aparecer de novo? Arya finalmente descobre que os Stark estão em Winterfell, mas eu achei que ela já tinha essa informação. De qualquer forma, aquilo faz Arya repensar seu próximo destino. Ela quer se vingar de Cersei, mas dá para ver na expressão dela que tudo mudou quando ficou sabendo que Jon era o Senhor do Norte.

Arya segue para Winterfell e encontra ninguém menos do que Nymeria. Sim, a loba gigante que ela teve que mandar embora na primeira temporada, que Cersei mandou ser executada por morder Joffrey. Nos livros, Arya sonha com Nymeria com frequência, só assim sabemos que a loba ainda está por aí, mas isso nunca foi tratado na série. No começo eu fiquei confusa, também tinha sido pega pela frase “Não é você”. Fiquei me perguntando então por que raios colocar essa cena, já que “não era Nymeria”. Mas não tinha como não ser, era a única opção, não existem lobos gigantes ao sul da Muralha. Um pouco depois que o episódio saiu, alguns portais publicaram que “Não é você” é como se a Arya entendesse que fazer aquilo, voltar com ela para Winterfell, não é algo que Nymeria, faria. Isso é uma referência da primeira temporada, em que os Stark querem que Arya seja uma dama nobre e ela diz que aquilo não é ela. Talvez isso faça Arya se questionar se o caminho dela é de fato voltar para casa. Ela já passou tanto tempo sozinha, longe de ser uma nobre Stark que talvez ela acredite que não tenha sentido voltar para Winterfell. Isso também pode ser somado ao possível encontro dela com Sansa. Arya dificilmente vai querer entrar no jogo dos tronos como Sansa e Jon estão fazendo. Quando Arya quer algo, ela vai lá e resolve, de forma direta, assim como Nymeria. Talvez, lembrando da loba, ela decida deixar Winterfell definitivamente e seguir seu caminho como uma assassina.

A última cena é um tanto quanto esquisita. Os Greyjoy estão levando as Serpentes de Areia de volta para Dorne, toda aquela história mal contada de buscar o exército. Antes de Yara e Ellaria terem a chance de se pegarem, eles são atacados por Euron Greyjoy. Numa luta sangrenta, não lá das melhores, porém com muita morte, Euron acaba com duas das serpentes, prende Ellaria e Yara, enquanto Theon foge do navio quando vê que eles perderam a batalha. As duas prisioneiras provavelmente serão o “presente” que Euron vai entregar para Cersei.

Precisamos falar de algumas coisas aqui. Primeiro, sobre essa chegada do Euron. Em que mundo ninguém da tripulação de Yara veria uma tropa inimiga chegando? Eu não acho que Game of Thrones tenha que ter o máximo de realismo sempre, até porque se tivesse, Jorah teria morrido de dor com o escamagris nesse episódio. Mas é uma coisa tão óbvia e simples que é inacreditável que ninguém tenha visto antes. Eu gostei que o episódio misturou as cenas de política com luta, acho que deixou tudo mais dinâmico e, por mais que nem sempre bem feito, foi divertido, mas toda essa parte da história que envolve os Greyjoy está me parecendo escrito na base da conveniência.

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Quanto ao Euron, eu acho que a série anda falhando com o personagem. Durante a luta, há um momento em que ele acaba com duas das Serpentes. Eu sei que Dorne é toda mal feita na série, mas elas sempre foram colocadas como guerreiras muito boas. Quando você põe um cara derrotando as duas sem muita dificuldade, você está mostrando que o cara é muito forte ou que alguém no roteiro esqueceu algumas coisas. E aí que está: Euron é muito forte. Nos livros, eles falam sobre como ele é uma das pessoas mais cruéis de Westeros, um Greyjoy muito sádico e temido. O fato dele chegar sorrindo no navio de Yara, quase como se estivesse brincando, e banhado de sangue é exatamente como o livro o descreve, nesse ponto eles mandaram bem. O Euron dessa temporada está melhor que o da última. No entanto, isso não foi bem explorado. Tem uma anotação minha do episódio em que eu digo “Poxa Yara, já vai desistir?” porque quando ela percebe que é Euron, dá para ver na expressão dela que a coisa ficou muito feia. E aí que eu me toquei: é óbvio, o Euron é terrível, ainda mais que na série ele também tem um pouco do Victarion, um personagem cortado que no livro também é um estrategista, então o cara é muito poderoso mesmo. Mas como a série não construiu isso, não criou essa aura ao redor do personagem, as coisas parecem meio fora do lugar e até fáceis demais. Depois eu entendi o medo da Yara porque eu li o original. Euron é um dos personagens mais detestáveis do livro, no nível de Ramsay, só que mais carismático, o que o faz mais perigoso, mas por enquanto, na série, ele parece um vilão que está sendo forçado no lugar do “novo Joffrey/Ramsay”.

Inclusive, por mais que todo essa cena tenha sido meio esquisita, é um momento decisivo para Cersei. No episódio passado, eu disse que os Lannister eram um dos lados mais fracos na briga, mas agora Daenerys perdeu parte de suas forças, o que pode fazer a aliança com Jon ser ainda mais necessária. Euron aparece como uma peça importante, mesmo que a força do personagem não tenha sido bem construída antes disso, e as coisas parecem ficar mais equilibradas. Isso tira a impressão de que a guerra está completamente ganha para o lado de Daenerys, mesmo com os dragões, e faz com que a audiência tenha mais medo do que está por vir.

E por último, a fuga de Theon. É óbvio que todo mundo está com raiva dele, a cena foi feita para isso, mas é muito coerente que ele tenha fugido. Quando Theon vê a tripulação de Euron cortando partes dos homens de Yara, tudo que ele passou volta na sua mente e Theon ainda não se recuperou do trauma. Como poderia? Ramsay acabou com ele. Eu não sei se ele vai se recuperar, mas ao menos ele pode voltar e contar o que aconteceu com Yara e Ellaria.

Muita coisa está acontecendo e, por mais que várias delas pudessem ter sido melhor trabalhadas, também há momentos bem legais. Com mais cinco episódios nessa temporada, o passo de Game of Thrones está bem mais acelerado. Mesmo com os pesares, eu estou ficando bem animada com vários momentos e mal espero por um dos maiores encontros da série: Daenerys e Jon. Eu não falei do futuro dos dois porque esse texto já está gigante, mas na próxima semana eu falo o que eu acho que pode acontecer com eles.

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