Star Trek: Discovery é a nova série da franquia, que pode ser encontrada na Netflix. Ao contrário de outras que estão lá, os episódios de Star Trek: Discovery estão sendo lançados aos poucos, então só vai dar para maratonar caso você tenha alguma paciência para esperar todos saírem.
Criada por Brian Fuller e Alex Kurtzman, a história acontece 10 anos antes da série clássica. Os dois primeiros episódios são na verdade uma introdução do que acontecerá ao longo da temporada. Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) é a primeira oficial da capitã Philippa Georgiou (Michelle Yeoh). As duas percebem algo estranho em um cinturão de asteroides próximo de sua localização. Quando Michael vai investigar, ela descobre que acabaram de topar com os Klingons.
Por enquanto, assisti aos três primeiros episódios e vou falar um pouco das minhas primeiras impressões deles, sem spoilers.
Eu não assisti a série clássica, então falo como pessoa de fora do fandom de Star Trek. Para mim, o primeiro mérito é que Discovery consegue abraçar os fãs novos e que sabem pouco da história de Star Trek. Mesmo não sabendo alguns dos termos e informações desse universo, ao longo desses dois primeiros episódios já é possível aproveitar tudo que o roteiro apresenta sem ficar completamente perdido.
Star Trek tinha rendido comentários por ter uma personagem mulher negra como protagonista. Nós não vemos muita diversidade em ficção científica, então Michael foi um dos primeiros motivos que me fez assistir a série. Acredito que, a partir do terceiro episódio, a série perde um pouco a chance de incluir mais representatividade, mas ainda assim é bem satisfatório ver uma tripulação que não é composta por pessoas completamente iguais.
Michael é uma personagem muito interessante. Ela foi criada em Vulcano, então preza a sua frieza e suas ações bem calculadas. Michael tem as melhores intenções, faz o que for preciso para completar sua missão, mas alguns acontecimentos fazem com que ela cometa erros que nem ela mesma esperava. Isso pode parecer incoerente com a personagem apresentada, mas eu particularmente acho muito humano da parte dela. Por mais controlados que sejamos, há sim situações de stress que podem tirar qualquer um do sério. É legal que a série permita que Michael erre e comece a tentar se reerguer, senti que dá mais veracidade para a personagem. Para mim, essa protagonista foi um dos pontos positivos. Os outros personagens são divertidos, mas por enquanto o destaque continua com Michael. Espero que os outros também tenham espaço para crescer e se desenvolverem.
O roteiro funciona, mas em certos momentos me incomoda um pouco. Primeiro pela questão dos flashbacks. Acho que esse é um artifício válido e, em certos momentos, funciona. É interessante saber o passado de Michael, até porque muito disso acaba conversando com as decisões atuais que ela está tomando, então eles têm motivo para estarem ali. O que incomoda é que eles aparecem muito de repente em certos momentos, quase como que quebrando o ritmo que está sendo estabelecido. As coisas pareceram melhores no terceiro episódio, então pode ser que essa sensação vá diminuindo ao longo da série.
Visualmente, Star Trek: Discovery está linda. A cena em que Michael vai até o asteroide é sensacional, mas a série toda merece esse mérito. Os efeitos especiais também estão bons, os episódios conseguem te transportar para a atmosfera de ficção científica com aventuras no espaço que esperamos de uma história como essa. E dá para perceber que há muito ainda a ser contado, principalmente depois do terceiro episódio, que fez meu interesse aumentar.
Caso você esteja se perguntando se vale a pena ver, a resposta é sim. Você não vai conseguir ver tudo de uma vez, porque mesmo estando no Netflix, como já comentei, os episódios estão sendo liberados aos poucos, o que eu honestamente acho que atrapalha um pouco o ritmo, mas saberemos disso melhor no final. Porém, mesmo assim, é uma série que vale a pena dar uma chance se você for fã desses elementos falados acima.
Eu espero ver algumas coisas nos próximos episódios. Primeiro, quero cada vez mais descobrir e conhecer Michael. Como já disse, ela é uma personagem bem interessante, uma mulher negra, protagonista de uma série de ficção científica que tem espaço para mostrar vários lados da personagem. Mas também quero ver mais de outras pessoas da tripulação, principalmente as interações que a protagonista terá com elas.
Quanto ao roteiro, espero que o ritmo melhore e que os acontecimentos não fiquem com um ar tão repentino como aconteceu algumas vezes nos dois primeiros episódios, ainda mais quando o assunto é flashback. Há coisas bem interessantes sendo apresentadas, vamos ter que esperar para ver como elas serão tratadas.
As primeiras impressões de Star Trek: Discovery são positivas. A série tem sim pontos para melhorar, mas vem com bastante coisa divertida que vale o seu tempo. Não sei se todos os fãs de Star Trek concordam, mas para essa pessoa que conhece pouco do fandom, fiquei feliz e quero ver o que mais vem por aí.