1º Episódio: The Bone Orchard | Deuses Americanos

American Gods Season 1 2017

Eu amo os livros do Neil Gaiman. Sério. Eu sou a pessoa que chorou com os arcos mais secundários de Sandman e que também chorou com o final de Lugar Nenhum, não porque era muito emocionante, mas porque eu tava chateada que um livro que eu gostei tanto tinha acabado.

Li Deuses Americanos ano passado e estava ansiosa. Eu sei que a gente tá numa época que temos medo de esperar muito alguma coisa porque pode ser ruim, mas a série tinha que ser muito ruim pra eu não gostar, o que definitivamente não é o caso aqui.

O primeiro episódio de Deuses Americanos tinha a função de apresentar um mundo meio louco para os fãs e para pessoas que nunca leram os livros. Já dá para ver um visual marcante, atores que se encaixam com personagens e uma história que vai precisar de mais que um episódio para fazer sentido. No geral, acho que a estreia deu um passo na direção certa. Deuses Americanos é um livro que começa difícil, mas te ganha ao longo dos capítulos. Particularmente, eu acho que a série devia tentar ganhar o público mais cedo, mas essa abordagem pode explicar algumas coisas que vimos.

Assim como as críticas que eu normalmente faço de Game of Thrones, vou falar (ou ao menos pretendo) de todos os episódios ao longo das semanas com spoilers da série. Os comentários que farei sobre os eventos do livro são só as coisas que a série já mostrou (ou cortou).

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Guardiões da Galáxia Vol. 2 | Crítica

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A franquia Guardiões da Galáxia começou sem muitas pessoas acharem que realmente os filmes iam para frente. Os heróis não eram muito conhecidos, mesmo sendo da Marvel, e nós achamos que não seria nada demais. Mas a Marvel já provou que pode dar destaque para seus super-heróis no cinema. Guardiões da Galáxia é um exemplo de que, quando o filme é bem feito, os protagonistas não precisam fazer parte da tríade dos quadrinhos para atrair público.

Guardiões da Galáxia foi uma surpresa, mas agora já existia expectativa para o Volume 2. Nós confiávamos em James Gunn e queríamos ver um filme bom e divertido, então foi ótimo ir ao cinema e ver que essa segunda parte não decepcionou.

Depois dos eventos do primeiro filme, os guardiões da galáxia, agora como um grupo, estão caçando uma fera em troca de dinheiro, mas as coisas dão muito errado quando Rocket (Bradley Cooper) acha que é uma boa ideia roubar baterias da raça para quem estavam trabalhando. Os guardiões precisam fugir e são salvos por ninguém menos que Ego (Kurt Russell), o pai de Peter (Chris Pratt).

Essa crítica não tem spoilers do filme.

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13 Reasons Why e os assuntos que precisam ser falados

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É muito raro encontrar alguma pessoa que não tenha passado por algum tipo de bullying na escola. Mesmo eu, que não passei por muitas coisas difíceis na época do colégio, passei por episódios de bullying e certos aspectos de mim hoje são por causa desses momentos. Infelizmente isso é muito comum para muita gente e pode acabar de forma ruim quando não damos a atenção que esse assunto precisa.

Suicídio é outro assunto delicado. É algo sempre pesado e que não sabemos bem como lidar. O assunto suicídio apareceu na minha vida quando eu era bem nova, dentro da minha família. Quem a gente culpa? Existem culpados? O que a gente faz? O que poderíamos ter feito diferente? Como você explica isso para adolescentes?

Eu quis começar falando um pouco da minha própria experiência com esses assuntos porque não tem como assistir 13 Reasons Why e não pensar na própria vida. Depois de assistir os treze episódios, entendo porque tantas pessoas se sentiram tão conectadas. A série conta a história de Hannah (Katherine Langford), ou melhor, de como ela morreu. Depois que ela comete suicídio, seu amigo Clay (Dylan Minnette) recebe uma caixa com treze fitas. Quando ele começa a escutar, Clay descobre que são fitas de Hannah, onde ela fala os motivos que a levaram a se matar. Cada fita é dedicada a uma pessoa que fez algo com ela de alguma forma e, se as fitas chegaram em Clay, é porque ele é um dos motivos.

A crítica não tem spoilers da série ou do livro em que ela foi baseada.

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La La Land – Cantando Estações | Crítica

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O queridinho dos críticos finalmente está em cartaz nos cinemas brasileiros. La La Land já ganhou sete prêmios no Globo de Ouro, incluindo a categoria Melhor Filme de Comédia/Musical. Obviamente todas essas premiações criam uma hype ao redor do longa, o que já o tornou um dos preferidos de muitos.

La La Land, dirigido por Damien Chazelle, é um musical que faz uma homenagem ao jazz e também à Hollywood. O filme conta a história de Mia (Emma Stone), uma moça que está tentando seguir a carreira de atriz, e Sebastian (Ryan Gosling), um cara completamente apaixonado por jazz.

Marcando o tempo com as estações do ano, La La Land mostra como Mia e Sebastian se conhecem. Inicialmente eles não se gostam, mas a história vai caminhando e mostrando como os sentimentos deles vão mudando. Emma Stone e Ryan Gosling entregam atuações divertidas e interpretam seus papéis muito bem. Ambos os personagens são bem construídos, sabemos seus conflitos e o que eles querem da vida, portanto é divertido e até tenso ver esses dois personagens tentando conquistar seus sonhos. O roteiro também sabe balancear as cenas que trabalham a relação entre os dois protagonistas com as cenas focadas nos objetivos pessoais de cada um.

A história em geral funciona bem e tem um ritmo bom. Não há momentos excessivamente arrastados, há uma variação boa de problemas e conquistas que mantém o roteiro bem dinâmico. Eu consigo pensar em apenas uma cena que me pareceu escapar do clima que estava sendo criado. O longa também sabe colocar as cenas de música e dança nas horas certas, apesar de que particularmente achei que poderia ter mais cenas com os atores cantando.

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Desventuras em Série | Primeira Temporada

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O primeiro lançamento da Netflix desse ano é Desventuras em Série, uma história que já possui vários fãs, considerando que é baseada na série de livros e também pelo fato de já existir uma adaptação para os cinemas. Produzida e dirigida por Barry Sonnenfeld, Desventuras em Série possui oito episódios, dois para cada livro, então a primeira temporada cobre os acontecimentos dos quatro primeiros livros.

Para quem ainda não conhece, Desventuras em Série conta a história de Violet (Malina Weissman), Klauss (Louis Hynes) e Sunny (Presley Smith), os irmãos Baudelaire que logo no começo se tornam os órfãos Baudelaire. Um misterioso incêndio mata os pais dessas crianças e acaba com praticamente tudo da mansão onde eles moravam. Por causa disso, os irmãos Baudelaire são transportados para a casa de seu novo tutor: Conde Olaf (Neil Patrick Harris). Enquanto tudo isso vai sendo mostrado, os acontecimentos são narrados por Lemony Snicket (Patrick Warburton), que conhece muito sobre a família Baudelaire.

Enquanto na adaptação para os cinemas, de 2004, Desventura em Série parecia ser muito corrido e enchia duas horas com um número excessivo de informações, a série da Netflix toma seu tempo para contar a história com mais calma. Às vezes um pouco mais do que o necessário. É interessante a escolha de dois episódios por livro e em geral a Netflix conseguiu dividir bem os acontecimentos, mas há alguns momentos que poderiam ter sido cortados ou até menos arrastados.

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Eu li: As Lendas de Dandara

E aí gente, como é que vocês estão?

Hoje temos mais uma resenha de livro! As Lendas de Dandara é o livro da Jarid Arraes, que em dez capítulos conta momentos da vida de Dandara, uma guerreira no quilombo de Palmares.

Como vocês vão perceber, é um livro que gostei bastante e recomendo para todo mundo!

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Yuri!!! On Ice é uma das maiores surpresas do ano

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Yuri!!! On Ice é provavelmente o anime mais falado dessa temporada. Dirigido por Sayo Yamamoto, Yuri!!! On Ice tem 12 episódios, sendo que o primeiro foi lançado no começo de outubro. No Crunchyroll’s Anime Awards 2016, o anime foi indicado para várias categorias, inclusive Anime do Ano.

Yuri Katsuki, um patinador de gelo, fica arrasado com seu desempenho na final do Grand Prix. Duvidando de si mesmo, da sua carreira e tudo que construiu até aquele momento, Yuri volta para a sua família no Japão. Yuri visita sua amiga de infância, Yuko, que possui um ringue de patinação no gelo e lá ele consegue fazer toda a coreografia avançada de Viktor Nikiforov, que é ídolo de Yuri e também o maior patinador no gelo atualmente. Yuri nem percebe que seu treino está sendo gravado e vaza na internet. O resultado é que Viktor assiste o vídeo e resolve ir até o Japão, se oferecendo para treinar Yuri e ganhar o próximo Grand Prix.

A história de Yuri!!! On Ice acompanha Yuri nessa nova jornada, enquanto o relacionamento entre ele e Viktor vai se desenvolvendo ao longo dos episódios. O anime com certeza não é perfeito, alguns pontos da narrativa levantam a pergunta do “Qual a chance?”, sem contar todos os comentários que Yuri ouve no começo por estar “fora de forma”. Apesar da narrativa fluir bem na maioria das vezes, o último episódio não conseguiu ser tão marcante quanto outros, que tinham surpreendido a audiência. Por mais que a primeira temporada tenha concluído os pontos imediatos, ainda há coisas em aberto e novos caminhos para a próxima temporada. Mas Yuri!!! On Ice acerta bastante e com certeza o suficiente para juntar uma quantidade grande de fãs.

A arte do anime é linda, assim como as coreografias de dança. Pode cansar um pouco ver tantas performances, uma seguida da outra, mas até eu que não tenho muito saco para isso ficava empolgada com as apresentações. Isso porque, por mais que a pessoa não seja fã de assistir pessoas patinando no gelo, aquilo tudo é importante para o personagem, o anime transmite o peso daquele momento, então isso passa a ser grande para nós também.

Yuri!!! On Ice mostra patinadores de várias partes do mundo, o que é bem legal, e também torna esses personagens interessantes. Nosso foco é Yuri e sua relação com Viktor, mas nós também queremos saber sobre Yurio, Phichit, Chris… Até J. J., que era um personagem não muito querido pelo público, ganha seu próprio espaço para mostrar que é mais que um patinador que se acha incrível. Cada um dos competidores encara a competição de uma forma e isso torna o momento da patinação ainda mais legal. Isso tudo é feito por aqueles monólogos internos durante as apresentações, o que poderia ser chato, mas funciona. Primeiro porque o anime é uma mídia que permite que esse tipo de recurso aconteça sem ser muito esquisito, segundo porque nos leva para dentro da cabeça dos personagens.

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Plumba não é só uma garota que bate em monstros

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Plumba foi o primeiro quadrinho que comprei na CCXP 2016. Anunciaram que iam sair o volume dois e só vi críticas positivas, então resolvi dar uma chance para essa história. Não me decepcionei.

O quadrinho é da 2minds, criado por Thiago Lehmann e Luiza McAllister. Ele acompanha a história de Plumba, uma garota de cabelo rosa que mora com sua família na Casa Rosa, na cidade Boloto. Plumba quer comprar um machado novo, mas não tem dinheiro o suficiente para isso, então resolve começar uma viagem para completar missões e juntar o dinheiro necessário.

Como indica o título da crítica, a história de Plumba é muito mais do que uma garota batendo em monstros. Desde o primeiro momento o leitor já gosta de Plumba, a protagonista é muito carismática, capaz e inteligente. Além dela, outros personagens muito divertidos vão aparecendo, adicionando informações para a história e fazendo com que o leitor conheça mais sobre aquele universo e a própria Plumba.

O primeiro volume serve como uma introdução. Quando terminamos de ler, entendemos como o universo de Plumba funciona, conhecemos a personalidade da protagonista, os básicos para a história e temos uma pista sobre algo maior que está para acontecer. O segundo volume começa a dar forma para alguns conflitos maiores do que a falta de dinheiro para comprar o machado. Descobrimos mais sobre Plumba, sua família e conhecemos outras organizações e personagens importates. Mesmo que o quadrinho tenha a intenção de ser uma história leve e engraçada, o roteiro sabe quando deixar a situação mais tensa quando é necessário.

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Rainha de Katwe | Crítica

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Rainha de Katwe estreia nos cinemas brasileiros dia 24 de novembro. Dirigido por Mira Nair e produzido pela Disney e a ESPN, o filme é inspirado no livro Rainha de Katwe – A Emocionante História da Garota que Conquistou o Mundo do Xadrez. Escrito por Tim Crothers, o livro conta a história real de Phiona Mutesi, uma jovem de Uganda que vira uma mestre no xadrez.

O filme começa apresentando ao público a vida de Phiona (Madina Nalwanga). Ela mora com sua família em Katwe, uma região pobre de Kampala, a capital de Uganda. Junto com sua mãe, Nakku Harriet (Lupita Nyong’o), e seus irmãos, Phiona enfrenta muitas dificuldades desde cedo. As coisas começam a mudar em sua vida quando ela conhece Robert Katende (David Oyelowo). Ele ensina crianças a jogarem xadrez e logo Phiona percebe que gosta muito daquele jogo.

Com um elenco tão bom e esse tipo de história, Rainha de Katwe prometia antes mesmo de ser lançado. Fui assistir com boas expectativas que foram correspondidas. É um enredo que vai te conquistando aos poucos, personagens que vão criando empatia no público com cada nova cena. Mira Nair consegue contar uma história que inspira e emociona, é um dos filmes que mais gostei de assistir esse ano.

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Doutor Estranho | Crítica

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Depois de muita hype e várias notas boas no Rotten Tomatoes, Doutor Estranho chega ao Brasil, estreando dia 2 de novembro. Dirigido por Scott Derrickson, o novo filme da Marvel apresenta um mais um personagem para esse universo e também uma área nova: a magia. Saímos um pouco da ciência e robôs de antes e agora estamos vendo magos salvarem o mundo (ou não). Ah sim! Essa crítica não tem spoilers!

Dr. Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) é um médico rico, famoso e com um ego bem inflado. Sim, é possível comparar o personagem com Tony Stark. Strange é um cirurgião muito bom e sabe disso. Mas como todo herói, ele passa por uma experiência que muda toda sua vida: Strange sofre um acidente de carro e perde muito do movimento das mãos. Ele procura todas as formas possíveis de voltar a ser quem era, mas no final das contas acaba indo para Kamar-Taj, já que ele descobriu que um homem que não podia andar voltou a se movimentar como antes depois de ir até esse lugar. Lá, ele conhece a Anciã (Tilda Swinton) que vai ensinar coisas que Strange nem imaginava antes.

Doutor Estranho é um filme de origem da Marvel. Ele acerta em apresentar o personagem. Vemos a vida de Strange antes de tudo, entendemos quem é aquela pessoa, suas motivações e sua personalidade. Depois do incidente que muda sua vida, o protagonista descobre coisas novas e acaba sendo jogado em uma aventura muito maior, vencer esses desafios prova seu valor na lista de super-heróis da Marvel. No final, temos um novo membro para o MCU que parece que pode adicionar coisas bem legais para aquele universo. Como alguém que está conhecendo Doutor Estranho agora e não leu os quadrinhos, o filme conseguiu me apresentar bem o personagem e as coisas ao seu redor. Talvez o problema aqui seja que a Marvel segue a fórmula de apresentação até demais. Mesmo que Doutor Estranho não tenha furos grandes no roteiro e tenha um ritmo legal, o filme não inova na sua forma de contar histórias. Isso não é necessariamente ruim, nem todo longa precisa inventar a roda, mas pode parecer um pouco como algo que você já viu.

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