O relacionamento abusivo entre a Arlequina e o Coringa

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Esquadrão Suicida estreia essa quinta-feira. Depois de muitas pessoas empolgadas, polêmicas, muitas cenas e informações “vazadas”, finalmente veremos o resultado final. Eu já comentei algumas vezes o quanto certas coisas divulgadas do filme tem me incomodado.

Há muitos debates sobre a sexualização da Arlequina, desde a roupa que ela usa no filme até enquadramentos de câmera mostrados no trailer. Mas hoje especificamente eu gostaria de falar sobre outro aspecto ao redor da personagem da Arlequina que tem sido muito comentado ultimamente.

Antes do filme do Esquadrão Suicida começar a ser produzido, já tínhamos discussões sobre o relacionamento da Arlequina com o Coringa. Muitas pessoas romantizam essa relação como se fosse algum exemplo perfeito de amor no meio nerd. Com o lançamento do filme se aproximando, muitos ainda insistem em falar que, apesar de complicado, é um relacionamento em que os dois se amam independente de qualquer coisa.

Esse texto é para explicar que não há romance nesse relacionamento, é abuso.

O relacionamento abusivo existe quando uma das pessoas tenta ter o poder sob a outra. A pessoa abusiva busca controlar as ações do parceiro, tem um comportamento possessivo e machuca a outra no processo, podendo ser psicologicamente ou fisicamente. A Arlequina passa por tudo isso durante seu relacionamento com o Coringa, tanto nas animações quanto nos quadrinhos e romantizar isso como “complicado, mas que se amam” é um desserviço.

A Arlequina apareceu pela primeira vez no Batman durante a série animada, em 1992, como uma ajudante do Coringa. A personagem fez tanto sucesso e os criadores ficaram tão encantados com o resultado final que Arlequina acabou aparecendo mais vezes. No quadrinho Mad Love (Amor Louco) nós ficamos sabendo a origem da personagem, que já mostra como realmente era a relação entre ela e o Coringa.

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Arlequina não quer mais saber do Coringa

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Aviso: Essa postagem contém spoilers das HQ da Arlequina, incluindo o volume 25.

Já comentei em alguns textos que não sou a maior leitora de quadrinhos. Tenho aumentado meu repertório de uns tempos pra cá, mas ainda é pequeno e são principalmente as publicações da Image Comics. Porém, como tem se falado muito dos personagens do Esquadrão Suicida, principalmente da Arlequina, resolvi ler os quadrinhos novos dela por curiosidade.

Essa semana saiu o volume 25 da HQ da Arlequina e em pouco tempo várias imagens surgiram na internet. Na hora que eu vi do que elas se tratavam eu senti algo que mal consigo descrever. Era um misto de alívio, satisfação e felicidade, o que me pareceu estranho depois que parei pra pensar porque eu nunca me considerei uma fã da Arlequina, não por nada, mas porque comecei a conhecer mais da personagem agora.

Pra quem não acompanha a HQ, mas quer ler a postagem mesmo assim, o que acontece é: Arlequina decide mudar de vida e vai para o Brooklyn, onde mora em um novo apartamento, com novos amigos, uma gangue e visitas periódicas da Hera Venenosa. Apesar de possuir métodos nada éticos, dá pra perceber que ela se preocupa com os outros e quer, do seu jeito, fazer o bem, continuando sempre bem-humorada.

Arlequina começa a sair com um cara chamado Mason, que algum tempo depois é preso e mandado para o Asilo Arkham. Sabemos que Arlequina já trabalhou lá e invadiu o lugar, então ela decide voltar para salvar Mason. Acontece que no meio disso, ela encontra o Coringa, que também está preso. Depois de uma briga entre os dois, Arlequina finalmente dá um ponto final no relacionamento abusivo que tinha com ele.

Pois é, isso mesmo que você está lendo, por mais que a HQ tivesse andando para esse lado, eu não achei realmente que algum dia veria, de forma tão gráfica e óbvia, a Arlequina terminando com o Coringa, mas foi isso que aconteceu, e é óbvio que o assunto principal do texto é esse, mas eu queria também falar de outras coisas que acontecem no quadrinho que levaram a isso.

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