Deixa as minas serem fangirls em paz!

Já vou pedir desculpas logo no começo por esse não ser o típico texto que eu costumo postar. Hoje não tem análises, dicas, listas ou teorias, hoje vai ser um texto sobre um assunto que não sai da minha cabeça e um pouco de relato pessoal.

Caso você saiba ler inglês, o texto que me inspirou a escrever esse está aqui, que basicamente fala sobre como as pessoas e a sociedade em geral tendem a ridicularizar e tirar sarro de garotas adolescentes e das coisas que elas gostam.

Era uma vez eu, com meus 11-13 anos de idade, entrando na adolescência e sendo bombardeada por aquela ideia horrível que temos na escola de “precisamos ser aceitos e populares”. Eu sou uma pessoa muito introvertida, então “popular” não era um adjetivo que eu poderia usar para me descrever na escola (ainda não é, mas pula essa parte). A gente tinha a ideia de que as meninas “populares” eram aquelas que gostavam de se vestir bem, usar maquiagem, tinham os cadernos rosas e suas letras bonitas com glitter. Eu nunca fui nada disso, portanto eu não me encaixava.

Procurei a atenção em outro lugar, e aqui vou desenterrar provavelmente o momento que mais reproduzi machismo em toda minha vida. Eu gostava de videogame, de me vestir com roupas largas e de rock, o que acabou me dando um espaço em alguns grupos de meninos. Quando percebi, eu era um dos meninos, eu era aceita e azar daquelas meninas, né? Porque gostar de roupas e maquiagem era fútil, porque meninas que gostam de funk e pop não tem bom gosto musical, porque meninas que gostam de histórias de amor são bobinhas, ou pelo menos era isso que eu pensava.

Eu não queria ser uma das meninas, além da minha mágoa de não me encaixar no “padrão das meninas”, toda a sociedade ao meu redor dizia que elas eram uma piada, os meninos que andavam comigo falavam em como essas meninas eram bobas. Mas eu não, eu era “diferente”, eu era “legal”.

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