Eu li: O Conto da Aia

E aí gente, como é que vocês estão?

Hoje no canal tem resenha de livro! Vou falar um pouco do que achei de O Conto da Aia, um livro de ficção científica da Margaret Atwood. A história acompanha Offred no seu cotidiano em uma sociedade opressora.

O livro será adaptado para a televisão e a série será lançada em abril desse ano pela Hulu!

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Adaptações e os acertos de A Chegada

"Story of Your Life" Day 37 Photo: Jan Thijs 2015

É possível fazer um texto apenas com os acertos de A Chegada no geral. O filme é uma adaptação do conto de Ted Chiang “História da sua Vida”, lançado em 2016 e também indicado para algumas premiações, incluindo o Oscar de melhor filme. Mesmo o Oscar tendo um histórico de não necessariamente premiar ou indicar os melhores filmes sempre, A Chegada é realmente um longa muito bom. Para mim, junto com Estrelas Além do Tempo, é o melhor filme do ano.

A Chegada é dirigido por Denis Villeneuve. A protagonista é Louise Banks (Amy Adams), uma linguista que é chamada pelo governo para ajudar com os primeiros contatos com a raça dos heptapodes, que são alienígenas que pousaram em vários lugares da terra. Os humanos não sabem o que eles querem e descobrir isso é o grande desafio da história.

Há várias análises que podem ser feitas a partir desse filme. Em tempos de intolerância e conflitos, um filme sobre alienígenas que mostra os humanos tentando conversar antes de atirar é muito oportuno. A Chegada vai falar sobre dificuldades de comunicação, sobre como é  mais fácil assumir o pior do “outro” e também sobre outros aspectos mais filosóficos do ser humano. Mas o foco neste texto é falar como um conto de algumas páginas conseguiu virar um filme tão bom, a partir daí podemos pensar um pouco sobre os aspectos que fazem uma adaptação agradar o público.

O texto contém spoilers do filme A Chegada e do conto História da sua Vida.

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Nosedive | 3ª Temporada de Black Mirror

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A tão esperada terceira temporada de Black Mirror finalmente está disponível na Netflix! Com seis episódios novos, a série volta com tudo, trazendo novas histórias, atores e reflexões.

Farei um texto para cada episódio da série. Seguindo a ordem da Netflix, Nosedive (Perdedor) será o primeiro.

Dirigido por Joe Wright, o episódio mostra uma sociedade em um futuro não tão distante do nosso. Nesse universo, as pessoas avaliam tudo que acontecem ao seu redor: Experiências, comida, outras pessoas, etc. Consequentemente, cada pessoa tem uma numeração de 0 a 5 estrelas. Isso pode não parecer tão diferente do que vivemos. Apesar de não avaliarmos pessoas assim, essa numeração é usada para lugares e sempre ficamos de olho em quantas curtidas tivemos nas redes sociais. O problema é que, não só essa sociedade vive isso intensamente, como muitas coisas necessárias para viver usam esse sistema. Uma nota baixa pode te fazer perder um emprego, notas altas resultam em descontos e vantagens que outros não podem ter. A preferência é sempre do “mais popular”, o que exige que as pessoas que querem estar acima de 4.5 tenham uma postura impecável.

É no meio de tudo isso que Lacie (Bryce Dallas Howard), uma 4.2, está tentando arrumar uma nova casa. O lugar que ela quer é caro, mas se ela tiver mais que 4.5 pode conseguir um desconto bom. A chance que ela tem de crescer no ranking é fazendo um discurso no casamento de uma amiga de infância, Naomie (Alice Eve), que tem 4.8 e a cerimônia só terá pessoas 4.7 para cima.

Devo assistir? Em toda crítica de Black Mirror farei esse tópico. Muita gente me pergunta o quão pesado é a série. Black Mirror é difícil de engolir, mas cada episódio é uma experiência diferente. Dito isso, Nosedive não é muito complicado de assistir. O episódio te deixa tenso com a necessidade de aprovação da protagonista e fala sobre aceitação que queremos da sociedade.

O texto contém spoilers.

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Westworld | Primeiras Impressões

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A nova série da HBO estreou dia 2 de outubro. Com apenas dois episódios já lançados, a nova aposta do canal já está rendendo muitos comentários. Westworld é uma série de ficção científica, baseada em um filme de mesmo nome de 1973, criada por Jonathan Nolan e Lisa Joy.

Westworld é um parque temático que simula a época do Velho Oeste. Lá existem androides, chamados “anfitriões”, que são como se fossem atores para deixar o parque mais realista. A diferença é que os androides são programados para realmente viver aquela realidade e nem tem ideia da sua real condição. Esses anfitriões recebem os “recém-chegados”, que são as pessoas que tem dinheiro para frequentar o parque. Lá dentro, os visitantes podem fazer o que quiserem, como realizar as missões que os personagens dão ou até mesmo matar os androides.

Um resumo bem rápido da série para mim seria: Parece Game of Thrones com androides no Velho Oeste versão ficção científica, para o bem e para o mal. Talvez eu comente alguns spoilers leves, mas nada que atrapalhe quem ainda não viu a série.

A história em si não tem nada de parecido com Game of Thrones, mas a mão da HBO é bem evidente em ambas a séries. Tecnicamente, Westworld não deixa a desejar, o telespectador consegue sempre identificar imediatamente quando está dentro ou fora do parque. Isso não fica só pelos cenários óbvios, mas pelas cores e estéticas utilizadas. Por mais que a junção Sci-Fi e Velho Oeste possa afastar algumas pessoas, a série consegue pesar bem o tempo de cada ambiente.

No primeiro episódio há uma repetição na vida de Dolores (Evan Rachel Wood), uma das androides, que representa de forma legal como aquela realidade se repete indefinidamente. No segundo episódio isso volta, com menos força e talvez nem tão necessário, mas fica bom no contexto geral mesmo assim. Outra coisa que chama a atenção é como os idealizadores do parque parecem uma equipe de roteiristas de games, planejando cada arco ou episódio do parque, as missões, o que faz cada personagem realizar cada coisa, etc.

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Stranger Things | Primeira Temporada

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Stranger Things é a nova série da Netflix, ela foi criada pelos irmãos Duffer e mistura elementos de terror, ficção científica e suspense. Ambientada na década de 80, a série mal foi lançada e já deu o que falar, conseguindo vários fãs e sendo renovada para a segunda temporada.

No interior dos Estados Unidos, um garoto chamado Will Byers desaparece de casa. Joyce Byers, a mãe do menino, começa a procurar por pistas junto com o policial Jim Hooper e o filho mais velho Jonathan Byers. Enquanto isso, Mike Wheeler, amigo de Will, encontra uma menina perdida na floresta, chamada El (de Eleven, que em português é Onze). Ao longo de oito episódios as pistas vão se juntando e as pessoas daquela cidade percebem que os acontecimentos estranhos estão mais conectados do que imaginam.

Essa é uma daquelas séries que você não consegue parar de assistir. Cada episódio vai apresentando pistas novas e faz com que o público tenha vontade de ir adivinhando junto com os personagens o que está acontecendo. A história é cheia de momentos tensos, divertidos e interessantes. O que é a criatura? O que aconteceu com El? Onde está Will? O que está acontecendo naquela cidade? Todas as perguntas principais vão sendo respondidas aos poucos e de formas interessantes.

Apesar de ser uma história que te prende, o roteiro não é perfeito. Há sim momentos em que a trama se perde um pouco ou que os personagens conseguem certas coisas com muita facilidade. Apesar do passo da série ser bom, a história apresenta certas descobertas de formas não muito convincentes.

Stranger Things te transporta para os anos 80: temática, trilha sonora, clichês… A ambientação é muito bem feita e com certeza deixa muitos fãs do gênero nostálgicos ao assistirem. A série também é cheia de referências nerds da época e é muito divertido ver o núcleo das crianças comparando o que acontecia com eles com momentos de mesas de RPG.

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Os personagens são em geral muito interessantes, por mais que uns sejam mais importantes para a história do que outros, em geral o tempo dos personagens é bem dividido. Por ter um bom número de personagens, a história se divide em núcleos e vai mostrando como cada um deles pensa, age em relação ao que está acontecendo e como eles pretendem resolver os mistérios da cidade.

Apesar dos personagens serem divertidos e nenhum núcleo ser entediante, aqui também temos alguns erros. A série parece deixar as coisas muito fáceis para Hooper em certos momentos, fazendo outros personagens ao seu redor parecerem incompetentes. Há também alguns estereótipos desnecessários. Eu sei que a ideia é falar dos anos 80, mas ainda é uma série lançada em 2016. Adorei as personagens mulheres, mas além de serem poucas, suas representações falham em alguns momentos. Entre os principais só existe um personagem negro, Lucas, que muitas vezes é colocado como o errado quando discute com o “líder do grupo”, Mike, que é um menino branco.

No final há coisas que não são muito bem concluídas, seja pelo arco de personagem ou pelo roteiro em si. A série já foi renovada para a segunda temporada, então pode ser que algumas coisas sejam melhores resolvidas lá, mas de fato nos últimos episódios a história parece perder o fôlego.

Stranger Things não é uma série perfeita, mas com certeza prendeu a atenção de muita gente e conquistou muitos fãs. Ela tem pontos positivos, algumas falhas que podiam ser melhoradas, mas vale a pena conferir. Os mais assustados podem ficar tranquilos, são pouquíssimos os momentos que assustam.

Agora farei algumas considerações com spoilers. Então se você não viu ainda, vai lá ver e volta.

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8 motivos para você assistir Sense8!

Sense8 é a nova produção da Netflix. Feita pelos irmãos Wachowski, a série foi lançada dia 5 de junho e os 12 episódios da primeira temporada já estão disponíveis. Veja aqui 8 motivos para você dar uma chance para essa série (sem spoilers)!

  • Mind-Blowing!

Esta é uma gíria usada para algo que choca e impressiona. A série é dos irmãos Wachowski, que também fizeram Matrix e Cloud Atlas (A Viagem), então já sabemos que tem algo muito maior acontecendo na história que estamos assistindo. Nos primeiros episódios ficamos confusos com todas as informações que são mostradas, nada parece fazer muito sentido, mas quando as peças vão se juntando e começamos a entender…

A série fala de 8 pessoas que estão interligadas, logo os acontecimentos da vida de um afeta a dos outros, enquanto isso há certas coisas acontecendo que os personagens principais ainda não entendem muito bem. A dinâmica das histórias e como os personagens vão se conectando vai surpreender mais e mais a cada episódio.

  • Os Personagens

Cuidar de uma história com vários personagens principais é difícil, é preciso dar espaço para cada um para que todos tenham seus arcos desenvolvidos. Oito é um número alto, o que podia causar que alguns deles ficassem de canto, porém a série consegue dar espaço para cada um dos personagens principais. No final, existe alguns núcleos com mais espaços que outros, mas boa parte da temporada é dedicada a mostrar cada um dos oito, mostrando que são todos importantes, então nenhum deles parece estar de fora.

Além do mais, por serem tão diferentes entre si, cada um tem um papel importante para a trama. Para os jogadores de RPG, é como se fosse uma grande party, enquanto uma pessoa é boa com armas de fogo, a outra luta corpo a corpo, uma é hacker, a outra mente bem…

Com tantos personagens principais e com todos aparecendo bastante, poderia acontecer dos personagens secundários de cada núcleo ficarem apagados. Mas não, os personagens secundários muitas vezes são tão cativantes quanto os personagens principais.

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