Quem você vai chamar? Caça-Fantasmas!

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Essa crítica não tem spoilers!

Eu não sei o que me deixa mais feliz, o fato do filme realmente ser bom ou o prazer de ver que todos os nerds machistas estavam errados. Lembro que alguns dias antes de ver a pré-estreia do filme, estava falando com amigos que eu não esperava que Caça-Fantasmas fosse muito bom, que para mim ele ser divertido já era o suficiente. A sensação de um filme superar as suas expectativas é ótima.

O filme, dirigido por Paul Feig, começa mostrando Erin Gilbert (Kristen Wiig) tentando construir uma carreira acadêmica, mas as coisas dão errado quando Abby Yates (Melissa McCarthy) espalha o livro que elas escreveram sobre fantasmas. As duas voltam a trabalhar juntas quando eventos paranormais acontecem na cidade, mas agora elas também tem a ajuda da engenheira Jillian Holtzmann (Kate McKinnon) e da funcionária do metrô Patty Tolan (Leslie Jones). E é assim que vemos o novo quarteto de Caça-Fantasmas surgir.

Sempre tento entender a fascinação de Hollywood por ressuscitarem franquias antigas. É óbvio que o fator nostalgia conquista as pessoas, mas parece que vivemos em tempos em que estamos mais interessados em reciclar algo velho do que criar coisas novas. Não dá pra trazer uma franquia assim de volta sem algo novo, então nesses casos acho sempre legal a gente pensar no que o reboot pode trazer que não vimos ainda, porque se é tudo igual, basta assistir ao original. No caso de Caça-Fantasmas, a primeira novidade estava na primeira imagem revelada: Agora o quarteto era composto por mulheres.

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Capitão América: Guerra Civil | Crítica

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Finalmente chegou! Um dos filmes mais esperados da Marvel vem com tudo para seguir a tendência de heróis x heróis. Amanhã, dia 28 de abril, estreia Guerra Civil e sim, você devia correr pra comprar o ingresso porque o filme tá muito bom.

Eu já fiz um vídeo sem spoilers sobre o filme, mas repetindo algumas coisas: Não é preciso ver todos os filmes da Marvel para entender o que acontece em Guerra Civil, basta ver os outros Vingadores e você deve entender tudo (saber um pouco da história entre o Bucky e o Capitão América, que é tratada nos filmes dele, também ajuda).

As pessoas que não leram os quadrinhos também podem ficar tranquilas, o roteiro faz um trabalho muito bom de adaptar a história, mesmo não sendo muito fiel, ela consegue trazer muitas das questões levantadas nos quadrinhos. O arco da Guerra Civil tem vários capítulos, então não seria possível adaptar tudo fielmente para um filme de duas horas e meia, mas acho que a Marvel mandou bem.

Pra quem, assim como eu, não leu Guerra Civil, vou explicar rapidamente o conflito nos quadrinhos: Vários embates dos heróis contra os vilões resultavam em mortes de civis e destruições das cidades, é só ver a quantidade de prédio quebrado durante qualquer luta de Os Vingadores. A população e os governos de vários países começam a questionar o que está acontecendo e boa parte quer responsabilizar super-heróis pelas mortes e danos causados. Por conta disso, surge o Ato de Registro de Super-Heróis, ou seja, toda a pessoa, podendo ser alienígena ou humano, que tiver algum tipo de poder e aja como vigilante precisa se registrar e revelar sua identidade secreta para o mundo. Isso faz com que os governos dos países possam não só responsabilizá-los no caso de tragédia, mas também monitorar suas atividades.

Muitos personagens da Marvel entram nesse conflito e escolhem um lado, um é o do Capitão América, que é contra esse Ato de Registro, e o outro é do Homem de Ferro, que é a favor.

No filme não é bem isso, mas o conflito criado tem semelhanças com o original. Depois da batalha final em A Era de Ultron, que destruiu boa parte de Sokovia, e de um conflito que não acabou muito bem durante o começo de Guerra Civil, os Vingadores são pressionados por mais de 100 países e também alguns entre eles, como o Homem de Ferro, a assinar o Tratado de Sokovia, que faz com que os Vingadores devam responder à ONU. Como já mencionei, o Homem de Ferro é a favor enquanto o Capitão América é contra, até porque Bucky vai acabar entrando na história, então começa a Guerra Civil.

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O filme, dirigido por Anthony Russo e Joe Russo, é muito melhor do que eu esperava. Não que eu achasse que o filme fosse ser ruim, mas achei que seria algo um pouco melhor que A Era de Ultron. De todo o núcleo dos Vingadores e filmes solos de cada herói, Guerra Civil é possivelmente o melhor longa que vimos até agora.

Nada como um roteiro bem feito. Tudo que aparece no filme tem um motivo e em vários momentos no final eles te apresentam a resolução de algo que apareceu no começo. Porque esse filme tem um roteiro com pontas amarradas, que não só apresenta um filme de ação e super-heróis que funciona, mas também está disposto a abrir um debate político interessante. Deixamos os heróis agirem por contra própria ou controlamos? Será que podemos confiar nos heróis? Será que a ONU é mais confiável que eles? E a destruição que acontece durante os embates, quem cuida disso?

Até acho que durante o terceiro ato do filme a discussão ficou menos política e mais pessoal, perdendo um pouco do ritmo e foi inclusive a primeira hora que percebi o tempo passar. Mas em geral o filme faz um bom trabalho em contar sua história e te deixa preso naquele universo na maior parte do tempo. A maioria dos personagens também está bem desenvolvida, pra mim o destaque foi o Pantera Negra de Chadwick Boseman, que fez o herói que apareceu pela primeira vez ser interessante e bem desenvolvido. Gostei muito mesmo, pra mim a questão dele e da Feiticeira Escarlate foram as mais interessantes, mas o embate entre Homem de Ferro e Capitão América, tanto um contra o outro quanto seus problemas pessoais, também são bem construídos. Pra mim a única coisa que faltou em questão de personagens foi uma figura de vilão convincente e desenvolvida, como os heróis estavam ótimos, demorei pra sentir falta, mas o vilão mesmo de Guerra Civil acaba ficando apagado.

Visualmente o filme funciona bem e o longa tem algumas das cenas de luta mais empolgantes que já vi. Eu não curto muito esse estilo da Marvel de colocar os personagens para conversarem muito durante os combates e fazerem piadinha, diria até que em alguns pontos foi muito, mas nada que atrapalhasse o andamento das lutas. Inclusive em alguns momentos fazia muito sentido, como as cenas em que o Homem Aranha aparecia.

Apesar de termos poucas mulheres, as que apareceram estavam, em geral, bem representadas, não precisavam ser salvas e nem sexualizadas para chamarem a atenção. Também tivemos três personagens negros, infelizmente nenhum deles era uma mulher, mas os três tiveram seus momentos de brilhar durante o filme. Como sempre, ainda podemos melhorar essa parte aqui, com certeza, mas a Marvel deu umas dentro.

Agora vou fazer alguns comentários com spoilers.

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O universo de Battle Royale

Battle Royale é um livro do autor japonês Koushun Takami, lançado em 1999. Mais tarde, a história foi adaptada para o cinema e também rendeu 15 volumes de mangá.

A história se passa em um futuro não muito distante em que o Japão, conhecido como a Grande República do Leste Asiático, aprova o ATO BR para impedir que a sociedade se rebele contra o governo. Essa lei diz que todo o ano será sorteada uma sala de uma escola, com adolescentes entre 15 a 16 anos, que será colocada em uma ilha. De 42 alunos, apenas 1 pode sair vivo.

Parece familiar, não? Jogos Vorazes possui muitos elementos similares e ambas as histórias fizeram bastante sucesso. Há muitos coisas e mensagens que podem ser analisadas em Battle Royale.

Caso não tenha visto o filme ou lido o mangá e o livro, sugiro que pare de ler aqui. Recomendo bastante a história, apesar das minhas reclamações e do conteúdo forte. Aviso de conteúdo: sangue, violência, abuso sexual e estupro (só no mangá, no livro e no filme eles não chegam a acontecer).

Aviso de spoilers.

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