O problema com as mulheres em The Witcher

yenneferr

The Witcher é uma franquia muito conhecida e com muitos fãs. Ano passado The Witcher 3 foi eleito o jogo do ano. O RPG de fantasia medieval tem como protagonista o bruxo Geralt de Rivia. Nesse universo, os “bruxos” são pessoas geneticamente modificadas para ficarem mais fortes e ganham a vida matando monstros.

Apesar de nunca ter jogado, eu via certas coisas dos fãs que me dava muita preguiça do jogo. Como fã da Bioware, já acompanhei muitas discussões de fóruns que falavam de Mass Effect ou Dragon Age. Não era incomum ver algum gamer machista reclamando que, ao incluir diversidade, a Bioware estava tentando fazer aqueles jogadores terem “vergonha de serem homens héteros” e eles iam jogar um jogo que “não tentava envergonhar os homens héteros: The Witcher”. Considerando que uma das coisas que fez a Bioware ganhar meu coração é exatamente o fato deles tentarem sempre melhorar a representatividade, automaticamente eu criei uma birra com The Witcher. Afinal se aquele tipo de fã gostava, não sei se eu ia querer jogar.

Mas fã preconceituoso tem em qualquer fandom, infelizmente, então nos últimos meses decidi que ia jogar a franquia toda. Mesmo com esses comentários, muitas pessoas me diziam que The Witcher era realmente muito bom.

Fico muito feliz de ter superado a birra porque a franquia é de fato incrível, principalmente The Witcher 3. É um RPG de fantasia medieval com escolhas difíceis, história interessante, personagens cativantes… É com certeza uma das melhores franquias que joguei na vida.

Mas nem tudo são flores. Apesar de ser um jogo tão legal, não me surpreende tanto que a base de fãs seja composta por tantos gamers machistas. The Witcher tem sérios problemas com a representação das mulheres, mesmo nos jogos mais recentes. É ainda mais triste quando percebemos que muitas das personagens de peso para a história funcionar são mulheres, mas mesmo assim os estereótipos aparecem.

Esse é mais um daqueles exemplos de coisas que podemos amar mesmo vendo os problemas. Adorei mesmo passar essas semanas como Geralt de Rivia, mas nem por isso vou ignorar certos erros do jogo. É complicado ver um jogo tão bom em vários aspectos errar nessas partes. É também frustrante ver que o melhor jogo do ano de 2015 comete tantos erros com suas personagens mulheres.

Eu fiz questão de jogar todos os três jogos e as DLC antes de falar qualquer coisa para evitar o “você não conhece a franquia” ou “mas depois melhora” (não sei se vai ajudar, mas a gente tenta). Também entendo que os jogos são baseados em livros e talvez os originais sejam machistas. Primeiro precisamos lembrar que esses jogos são adaptações e mudanças são normais, ainda mais considerando que, pelo que andei lendo, muitos fãs dos livros falam que os jogos são bem diferentes. Segundo que alguns pontos machistas do jogo são coisas que não apareceriam na literatura, mas são usados em mídias como o videogame.

Caso você não tenha jogado nada de The Witcher ainda e quer saber se deve começar a jogar sem tomar spoilers, o que eu posso dizer é que a franquia é muito boa, ainda mais para quem é fã de RPG e fantasia medieval, então é um título que eu recomendo, mas saiba que você vai encontrar estereótipos e objetificação de mulheres no jogo.

Eu vou dividir essa postagem em tópicos, um para cada jogo e no final algumas considerações pontuais sobre as DLC de The Witcher 3, assim você pode evitar spoilers caso não tenha jogado algum deles.

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