Videogames não precisam ser só tiro e soco

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Relaxa, eu sei que games não são só isso. Senta, respira e dá uma chance para o meu argumento. Eu pretendia escrever este texto depois da E3, mas ainda bem que não fiz, porque nesses últimos tempos eu consegui pensar muito sobre o mundo dos joguinhos.

A minha linha de pensamento foi a seguinte: Costumo acompanhar há alguns anos os lançamentos da E3, inclusive já teve ano em que escrevi sobre o evento. Cada ano que passa, eu tenho mais a sensação de que não estamos fazendo nada de novo. Os jogos que são apresentados são sempre os mesmos, os grandes destaques são franquias que já estão aí há muito tempo: God of War, Zelda, Mario… Isso não é ruim, esses jogos têm um grande público e funcionam. Ainda assim, me deixa um pouco chateada ver que as empresas parecem se preocupar muito mais com esses jogos, evitando criar coisas novas.

Lembro que no ano passado, a franquia nova que realmente me deixou empolgada foi Horizon: Zero Dawn. Era um jogo grande, com elementos bacanas que não vemos tanto e tinha uma mulher como protagonista. Esse ano também tivemos jogos novos anunciados, como Anthem, o novo jogo da Bioware. Sim, se vocês me conhecem, sabem que se a Bioware está fazendo algo, eu estou de olho e completamente empolgada. Por mais que Anthem não seja exatamente meu estilo de jogo, eu tenho certeza que darei uma chance para a nova franquia. Porém, independente disso, o que a gente viu do jogo até agora é mais do mesmo. Posso estar errada, mas um cenário com aspectos futuristas, com armaduras gigantes que parecem robôs e foco no combate de tiro não é novidade.

Acredito que, quando entramos nessa discussão, também não dá para ser inocente. O que existe em comum em reciclar franquias antigas e usar fórmulas batidas é que, por mais que seja mais do mesmo, o público gamer consome. As empresas querem vender e lucrar, então faz sim sentido que eles sigam uma fórmula que dá certo. Porém, pessoalmente, sinto falta de outras histórias sendo criadas, novos mundos que os gamers possam explorar, que não me façam assistir a E3 com a impressão de que já vi tudo aquilo antes.

Ao mesmo tempo em que estava pensando nisso, comecei a pesquisar referências para projetos pessoais. Videogames sempre foram uma grande fonte de referência para mim, desde sempre, então eu comecei a procurar títulos que não conhecia. Eu não fazia questão de jogos grandes, só queria que eles fossem focados em história e tivessem um universo interessante. Nessa, acabei encontrando muito mais jogos indie que atendiam o que eu estava querendo.

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7 motivos para você jogar Undertale!

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Undertale é um  RPG que foi lançado em 2015 para PC. Faz alguns dias que terminei de jogar e desde então o jogo não sai da minha cabeça. Algumas pessoas tinham falado para eu jogar, que era bom e lembro de no começo olhar para a tela e pensar “É legal, mas o que tem de tão especial que todo mundo gosta?”. Depois de terminar eu entendi o que Undertale tinha que fazia as pessoas se apaixonarem e não poderia concordar mais, jogo videogame há anos e poucas histórias me fizeram sentir o que Undertale fez, já pulando automaticamente para a minha lista de jogos preferidos.

Não é exagero, ele é bom assim mesmo, quando fui pesquisar vi que tanto na Steam quanto no Metacritics as notas eram muito altas e, apesar das pessoas que dão nota na Steam serem geralmente mais justas, os usuários do Metacritics são bem difíceis de agradar, dando nota vermelha por detalhes. Então foi um susto ver um jogo tendo tanta avaliação positiva num lugar que não é conhecido por isso. Muito se discute sobre o quão justas são as notas de sites grandes, mas toda essa boa repercussão vindo de um jogo indie que parecer ser bem simples chamou minha atenção.

E que bom que eu resolvi comprar e jogar, é um jogo incrível que vale muito a pena, todo mundo devia dar uma chance para Undertale. É muito difícil não começar a ficar super empolgada e falar tudo sobre o jogo, então vou me controlar e fazer um texto sem spoilers com alguns motivos para vocês darem uma chance pra esse jogo lindo que mal conheço e já amo pacas. This game will fill you with determination!

  • A história
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“Há muito tempo, duas raças governavam a Terra: Humanos e Monstros”

Antes do jogo começar, somos introduzidos aos fatos: Há muito tempo, monstros e humanos guerrearam entre si, quando os humanos saíram vitoriosos, os monstros foram presos no subterrâneo. Você começa como uma criança que caiu em um buraco de uma montanha e foi parar no mundo dos monstros. O seu objetivo é sair de lá, mas enquanto isso, você descobre vários fatos da história daquele universo que vão se encaixando e fazendo sentido para a narrativa.

O jogo não gasta seu tempo com missões que parecem não fazer sentido para aumentar seu EXP, o objetivo é sempre sair dali e todas as suas ações são direcionadas para isso, tirando algumas exceções de missões secundárias com certos personagens, mas completá-las vai enriquecer a experiência do jogo (e eu prometo que mais tarde vai ajudar a desvendar várias coisas da história).

Undertale conclui os pontos principais e ainda te deixa com vontade de teorizar além do que foi visto durante o jogo. Você vai ficando tão investido na história daquele mundo e as coisas que aconteceram que quando você termina, tudo que você quer é mais conteúdo para continuar aquela experiência. Undertale é um show de roteiro e de como contar uma história.

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