Vamos falar sobre a Sarah | 30 anos de Labirinto

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“Ah Clarice, mas você já escreveu sobre Labirinto”.

É verdade, mas vou escrever mais.

Labirinto ainda é o meu filme favorito de todos os tempos. Sempre brinco que eu e o Duncan Jones temos algo em comum: Começamos a amar cinema com o mesmo filme.

O longa conta a história de Sarah, uma adolescente que acha a vida muito injusta. Um dia, quando ela tem que tomar conta do irmão mais novo, Sarah deseja que ele seja levado pelo rei dos duendes. O problema é que ela não achou que ia funcionar e, quando percebe, seu irmão está preso no labirinto. Jareth, o rei dos duendes, diz que se Sarah quiser o irmão de volta, ela precisa ir até o castelo no meio do Labirinto em menos de treze horas.

Parece bobo, ainda mais comparando os bonecos com a tecnologia que temos atualmente, mas Labirinto tem muitas mensagens interessantes que inclusive já comentei por aqui.

Mas hoje eu quero falar da Sarah, a protagonista, uma das personagens que, na minha opinião, é um exemplo positivo de mulher na ficção.

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As mulheres da ficção que marcaram minha infância

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Hoje é 08 de março, dia internacional da mulher, um dia que vai muito além de você dar flores para as “mulheres da sua vida”, afinal pouco adianta fazer isso e continuar com atitudes machistas. Como sempre comento aqui no blog, representação é algo muito importante e ter obras ficcionais que falem sobre feminismo ou tenham personagens com esse discurso é uma forma de criar debates sobre o assunto.

Pensando nisso, fiquei tentando lembrar de personagens mulheres que tenham marcado minha infância e adolescência, seja com um discurso feminista mais direto ou só por serem mulheres fortes que me mostraram que eu podia fazer coisas incríveis também. Com isso na cabeça, fiz uma lista de sete personagens que, mesmo quando eu nem sabia o que era feminismo ou não me identificava como feminista, me ajudaram a formar a pessoa que eu sou hoje.

  • Sarah Williams (Labirinto)

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Ela tinha que ser a primeira da minha lista, não só por ter sido uma das primeiras (se não a primeira) heroína que tive como modelo, mas também por ser a protagonista do meu filme preferido.

Falo dela (e do filme) sempre, Sarah é uma adolescente de 15 anos que comete um erro: Pede para que o Rei dos Duendes leve seu irmão embora, ela só não imaginava que os duendes realmente fossem aparecer e realizar seu desejo. Por isso, Sarah precisa enfrentar vários desafios no Labirinto e a inteligência dela ganha da magia de Jareth.

Eu me identificava com Sarah em vários aspectos, da teimosia até o “viver no mundo da lua”, talvez na época não tenha apreciado tanto os discursos dela, mas vi esse filme inúmeras vezes durante os anos e a frase mais marcante dela “Você não tem poderes sobre mim” foi cada vez mais fazendo sentido, Sarah me ensinou que homem nenhum pode ter controle sobre nós e nem nos manipular, não importa o que aconteça.

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A Comida das Fadas

Hoje vamos falar de comida. Desde que Adão e Eva comeram o fruto proibido e foram expulsos do paraíso, não é incomum encontrarmos na ficção, principalmente nos contos de fada, a comida como elemento importante da narrativa. A própria Branca de Neve vai, mais tarde, pegar a ideia da maçã que não se pode comer, seguido de punição.

Nesses casos a comida aparece normalmente como um desejo ao qual não devemos ceder, nos levando a ideia da gula, um dos pecados capitais. Normalmente sempre vai ter um personagem que vai ceder ao desejo da comida, fazendo com que este passe por algum desafio por causa disso. É comum também que o protagonista consiga superar esse desafio mesmo sendo “impossível” e “ninguém nunca conseguiu antes”

Porém, há um efeito mais específico do “não coma isso” que aparece bastante, além de uma punição por si só, que está mais relacionado ao mito das fadas.

Quando pensamos em fadas, vem logo na cabeça algo parecido com a Sininho ou a fada da Cinderela. Normalmente representada como mulheres, elas realizam desejos, na maioria das vezes são menores que humanos e em geral são criaturas boas, mesmo que às vezes fiquem irritadas.

As fadas vêm de lendas europeias, o termo é usado para descrever criaturas mágicas, com formato humanoide e que realizam desejos… Mas os viajantes precisam tomar cuidado dobrado perto dessas criaturas, pois são conhecidas por seus truques que enganam muitos desavisados.

Entre vários tipos, existem os chamados changeling, que eram fadas deixadas no lugar de crianças roubadas. Essas crianças humanas que eram roubadas iam para o mundo das fadas, que em muitas culturas é representado como o subterrâneo, e elas não conseguiam mais sair dali se já tivessem comido algo originário desse lugar.

É sobre essa ideia que quero conversar hoje: Humanos que comeram o que não deviam e ficaram presos em um mundo diferente do seu.

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10 motivos para toda garota assistir Labirinto

Também “10 motivos para toda criança assistir Labirinto” ou “10 motivos que Sarah Williams devia ser sua heroína”.

Quem assistiu esse filme e nunca pensou em “dizer as palavras certas” que atire a primeira pedra. Labirinto é um filme de 1986, dirigido por Jim Henson, estrelando David Bowie e Jennifer Connelly.

O longa-metragem conta a história de Sarah Williams, uma adolescente por volta de seus 15 anos que vive no mundo da lua e briga muito com seu pai e sua madrasta. Uma noite, ela precisa tomar conta de seu irmão mais novo, Toby, que não para de chorar, então Sarah conta pra ele a história do rei dos duendes e o chama para buscar seu irmão, o problema é que ela não achava que isso realmente fosse funcionar.

Verdade seja dita, esse filme devia ser visto por todas as crianças, mas acredito que particularmente para as meninas as mensagens sejam ainda mais fortes. Sarah é uma personagem que as garotas deviam olhar como um exemplo.

Antes de começar a lista é bom avisar: Esse texto está cheio de spoilers. (eu prometo que “David Bowie” não vai ser um dos motivos da lista)

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