Os estereótipos dos personagens bissexuais na cultura pop

From EPP

Dia 23 de setembro é o dia da visibilidade bissexual. Pois é, o B não é de banana, por mais que algumas pessoas insistam em ignorar as demandas dessa parte da comunidade LGBT+. Assim como as outras minorias, personagens bissexuais possuem um histórico cheio de problemas quando falamos de representação, então hoje vamos discutir um esses estereótipos na cultura pop.

Parece óbvio dizer que personagens bissexuais aparecem muito pouco na mídia. Com os anos, nossas opções para criar uma lista aumentam, incluindo alguns que realmente são positivos, mas ainda estamos muito longe de chegar em um ponto satisfatório. No relatório de 2016-2017 da GLAAD, foi estimado que apenas 4,8% dos personagens da televisão nos Estados Unidos eram LGBT+, ou seja, dentro desse número pequeno estão personagens gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, etc.

Entre esses, 30% foram considerados bissexuais, um total de 64 mulheres e 19 homens. Considerando o número de séries na televisão dos Estados Unidos, esse número é muito pequeno. Sim, se juntar cinema, quadrinhos, jogos e outras mídias, certamente esse número vai aumentar, mas tente comparar com a imensidão de personagens heterossexuais em todas essas mídias. A situação está muito longe de se tornar um cenário considerado igualitário.

A questão não são só os números baixos, mas também o estereótipo em que esses personagens são colocados sempre que aparecem. Esse texto é para pontuar clichês que sempre caem em cima dos personagens bissexuais, que colabora para uma imagem preconceituosa que é feita do B no LGBT+.

Como os números do GLAAD apontam, mulheres bissexuais possuem mais espaço na mídia do que homens. Isso dá uma falsa impressão de que mulheres são mais aceitas, mas basta ver a representação dessas personagens para perceber que isso não é verdade. Mulheres bissexuais ouvem com frequência que na verdade elas são hétero, que gostam mesmo é de homem e só beijam mulheres em baladas. O típico comentário de gente que acha que sabe da sexualidade de alguém mais que a própria pessoa, né? Mas voltemos aos estereótipos.

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Personagens LGBT+ também namoram

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Hoje é dia dos namorados! Alguns ficam felizes com a data, outros não muito, mas querendo ou não é um dia em que as redes vão se encher de mensagens sobre estar namorando, amor e tudo o mais.

Nós sabemos que na ficção, muitas vezes os únicos casais que tem espaço para demonstrar seu amor um pelo outro são os considerados padrão: Um homem cis com uma mulher cis. Qualquer casal que escape disso, envolvendo ao menos uma pessoa LGBT+, geralmente são esquecidos. Já é difícil encontrar um personagem LGBT+ com uma representação interessante, então imagina um casal. Quando eles aparecem, tem um tempo de tela menor ou uma das pessoas morre, muitas vezes acabam não podendo ter finais felizes que pessoas hétero conseguem ter.

Mas já que é dia dos namorados e pessoas LGBT+ também namoram, resolvi listar alguns casais da ficção que não estão dentro desse padrão. Eu sei que não vai dar para listar todos aqui, mas esses são só alguns dos exemplos que eu já vi e acho legais de serem lembrados.

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Por que a representação LGBT+ incomoda?

O título também poderia ser: “Por que a representação (inclua qualquer minoria aqui) te incomoda?”

(TW: Prints e menções de comentários homofóbicos)

Semana passada foi lançado o tão esperado Mortal Kombat X. Além da polêmica da dublagem, teve uma outra que aconteceu e andou incomodando alguns gamers.

Depois de 23 anos de Mortal Kombat, pela primeira vez, temos um personagem gay: Kung Jin. Depois de alguns jogadores terem suspeitado, um dos diretores, Dominic Ciancialo, confirmou em seu twitter:

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Tradução: “Eu vi que algumas pessoas entenderam a sutil exposição no flashback de Kung Jin. Estou feliz que temos fãs observadores!”. A informação aparece durante o modo história do jogo, não darei mais detalhes por causa de spoilers.

Normalmente eu sigo uma regra muito simples em notícias como essas: não leia os comentários. É sempre preconceito atrás de preconceito. Mas no dia que saiu a notícia do Kung Jin eu resolvi ler os comentários…

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