A Comida das Fadas

Hoje vamos falar de comida. Desde que Adão e Eva comeram o fruto proibido e foram expulsos do paraíso, não é incomum encontrarmos na ficção, principalmente nos contos de fada, a comida como elemento importante da narrativa. A própria Branca de Neve vai, mais tarde, pegar a ideia da maçã que não se pode comer, seguido de punição.

Nesses casos a comida aparece normalmente como um desejo ao qual não devemos ceder, nos levando a ideia da gula, um dos pecados capitais. Normalmente sempre vai ter um personagem que vai ceder ao desejo da comida, fazendo com que este passe por algum desafio por causa disso. É comum também que o protagonista consiga superar esse desafio mesmo sendo “impossível” e “ninguém nunca conseguiu antes”

Porém, há um efeito mais específico do “não coma isso” que aparece bastante, além de uma punição por si só, que está mais relacionado ao mito das fadas.

Quando pensamos em fadas, vem logo na cabeça algo parecido com a Sininho ou a fada da Cinderela. Normalmente representada como mulheres, elas realizam desejos, na maioria das vezes são menores que humanos e em geral são criaturas boas, mesmo que às vezes fiquem irritadas.

As fadas vêm de lendas europeias, o termo é usado para descrever criaturas mágicas, com formato humanoide e que realizam desejos… Mas os viajantes precisam tomar cuidado dobrado perto dessas criaturas, pois são conhecidas por seus truques que enganam muitos desavisados.

Entre vários tipos, existem os chamados changeling, que eram fadas deixadas no lugar de crianças roubadas. Essas crianças humanas que eram roubadas iam para o mundo das fadas, que em muitas culturas é representado como o subterrâneo, e elas não conseguiam mais sair dali se já tivessem comido algo originário desse lugar.

É sobre essa ideia que quero conversar hoje: Humanos que comeram o que não deviam e ficaram presos em um mundo diferente do seu.

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5 motivos para você ler The Wicked + The Divine

The Wicked + The Divine é um quadrinho da editora Image escrito por Kieron Gillen e ilustrada por Jamie McKelvie. A HQ começou a ser lançada em junho de 2014 e a cada mês temos um capítulo novo.

A história é a seguinte: A cada 90 anos, 12 deuses reencarnam como seres humanos para serem amados, odiados e mudar a vida das pessoas. Depois de dois anos, eles morrem e o ciclo continua. A grande sacada aqui é que esses deuses reencarnam como estrelas da música e não escondem de ninguém o que são, só que uns acreditam e outros não.

Por enquanto só saíram 13 capítulos (12 traduzidos pro português), mas como eu gostei muito e quero que mais pessoas conheçam, resolvi fazer essa lista pra deixar todo mundo com vontade de ler esse quadrinho. Podem ficar tranquilos, não tem spoilers!

  • Originalidade

“Mais uma vez, nós retornamos”

Sinto que ultimamente as pessoas estão mais empolgadas para as continuações de algo que já existe do que por histórias novas. Na E3 desse ano, por exemplo, por melhor que tenha sido, os jogos que mais deram o que falar eram continuações de franquias que já existiam. As produtoras de filmes fazem um remake após o outro e reutilizam personagens que já conhecemos. Não que isso não seja divertido, mas sinto falta de algo novo.

Às vezes temos algo novo, mas que parece mais do mesmo, então é muito bom ler um quadrinho como The Wicked + The Divine, que é uma novidade que realmente tem cara de novo! Lemos a sinopse e pensamos “Que raios de história é essa?”. Deuses que reencarnam e viram popstars? Não é incomum vermos a religião e mitologia serem usados em histórias desse tipo, mas não dessa forma. Os deuses aqui são jogados no nosso mundo atual e como celebridades, suas ações afetam as pessoas ao seu redor e influenciam a cabeça dos fãs.

A originalidade não está só no contexto geral da história, mas também em como Kieron cria esse mundo e guia os personagens, cada um em seu próprio arco. Não posso me estender muito para não dar spoilers, mas leia que você vai entender.

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