Rat Queens | Mulheres na fantasia medieval

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Há algum tempo atrás escrevi esse texto que fala sobre machismo na fantasia medieval. O que acontece é que, como desculpa para não pensar fora da caixa, muitos roteiristas/produtores/diretores/escritores desse gênero acabam reproduzindo machismo em suas histórias. Quando questionados, insistem em falar que “naquela época era assim”, e como falo no outro texto, isso não faz o menor sentido.

Veja bem, a reclamação não é que nenhuma obra de ficção de fantasia medieval não possa falar sobre machismo, a crítica é que as pessoas repensem nas mensagens que querem passar. De qualquer forma, já falei sobre isso, então mais sobre esse assunto no outro texto.

No ano passado ouvi falar de um quadrinho chamado Rat Queens. A história acompanha um grupo mercenário chamado Rat Queens, composto por quatro mulheres que passam por inúmeras aventuras. O quadrinho é de fantasia medieval e até tem uma pegada que lembra RPG: Uma party em que cada uma das quatro personagens tem uma classe específica, juntas elas se completam e compõe um grupo poderoso.

Apesar de ter o quadrinho há alguns meses, só nos últimos dias que realmente sentei para ler tudo e descobri que agora está em hiato (infelizmente). A história é incrível, todas as personagens são complexas, a trama em geral do quadrinho também vai avançando de forma interessante e todos os núcleos são divertidos. Apesar do hiato, é uma história que eu recomendo e já tem em português pela Jambô, inclusive a Rebeca já escreveu sobre isso no Collant.

Mas o que é mais surpreendente e legal de Rat Queens é que essa é uma história de fantasia medieval que não usa nenhuma das “desculpas” clássicas do “naquela época”. Rat Queens mostra que é perfeitamente possível fazer uma história desse gênero sem colocar estereótipos machistas por causa da “fidelidade histórica”.

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Jogos com Mulheres Protagonistas

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Estudos recentes mostram que a maioria dos gamers são mulheres. Por mais que ainda exista muita gente que insista em não acreditar nisso, dá para ver que algumas partes da indústria estão mudando para satisfazer essa parte do público. Ainda é pouco e temos muito o que melhorar, mas agora também vemos mais mulheres exigindo que as empresas de jogos pensem nelas quando criarem seus jogos.

Então se você tá afim de jogar alguma coisa que tenha uma mulher como protagonista, aí vão algumas sugestões de jogos recentes (sem spoilers!):

  • Transistor

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Transistor é um RPG da Supergiant Games lançado em 2014, disponível para PC, Mac e PS4. A protagonista Red, uma cantora da cidade Cloudbank, é atacada por robôs que servem um grupo chamado Camerata. Red consegue escapar e fica com uma espada, Transistor, que guarda partes das pessoas que foram mortas pela espada. O plano era que Red fosse eliminada com essa arma, mas não funciona e Transistor é enterrada no peito de um homem desconhecido. Ele morre e a espada absorve parte desse homem, junto com a voz de Red. O grupo Camerata quer a espada de volta e Red precisa enfrentá-los.

Como Red é uma protagonista muda, as falas do jogo ficam por conta da voz do homem dentro da espada. Isso poderia ter dado errado, mas Transistor consegue criar não só uma protagonista muito boa, como uma relação muito interessante entre o objeto e Red. Quando temos um protagonista mudo, normalmente suas ações, o falta de, são o que definem a personalidade do personagem e Transistor sabe usar isso bem.

Além de Red ser o centro da trama, o jogo é muito divertido, o universo é interessante e a história deixa pontos abertos para a interpretação do jogador. Nem todo mundo é fã disso, mas nesse jogo essa abordagem parece encaixar bem.

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