Machismo na fantasia medieval e o “naquela época…”

sansa

Faz algumas semanas que começou a 6ª temporada de Game of Thrones e, como todo o ano, sempre que criticamos algum erro de representatividade ou preconceito contra mulheres na série, vem aquele argumento para defender:

“Ah, mas naquela época era assim mesmo”

Não é só com Game of Thrones que as pessoas usam esse argumento, qualquer fantasia medieval que tenha algum machismo em sua história é rapidamente justificado pelos fãs. Todos lembramos o quão machista foi a 5ª temporada e enquanto várias pessoas apontavam isso, outras vinham com esse argumento pra defender decisões absurdas dos produtores, então eu não fiquei nada surpresa de, já no primeiro episódio dessa nova temporada, alguém falar a mesma coisa.

De fato é importante que uma história tenha coerência com o seu tempo e espaço para funcionar. É óbvio que na ficção você pode fazer o que bem entender, mas a narrativa precisa se encaixar com o “onde” e “quando” da sua história. Por exemplo, em um filme que fala sobre a Joana D’Arc, seria esquisito colocar os personagens usando gírias e palavras dos tempos atuais.

O que as pessoas às vezes esquecem é que histórias como Game of Thrones e muitas outras ficções que os nerds amam não são relatos históricos, como um filme de Joana D’Arc, mas sim fantasia. O nome do gênero é fantasia medieval, portanto sim, vamos ter cavaleiros e lutas que vão remeter à nossa época medieval, mas é também um universo fantástico em que vão acontecer coisas que não necessariamente fazem parte da história medieval do mundo. Por isso que nessas histórias é comum encontrarmos magia de alguma forma, dragões e até outras raças como elfos, anões (edit: não estou falando aqui de pessoas com nanismo e sim da raça que aparece em muitos RPGs e histórias tipo Senhor dos Anéis), etc.

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