Mindhunter | Primeira Temporada

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Mindhunter é uma série nova da Netflix que tem dado o que falar. Baseado em alguns relatos e pessoas reais, David Fincher já anunciou que quer fazer cinco temporadas da série. Nela, acompanhamos Holden Ford (Jonathan Groff), um agente do FBI que estuda Ciência Comportamental. Ele se junta a Bill Tench (Holt McCallany) e começa a entrevistar assassinos para tentar entender a mente deles e, se possível, ajudar as investigações futuras.

Assisti tudo no melhor estilo de maratonar série, um episódio atrás do outro e depois precisei tirar alguns minutos para pensar no que tinha assistido. Eu gosto do trabalho do David Fincher, adoro Seven, mas há outros trabalhos dele que não me pegam, como é o caso de Zodíaco, que não aguento (polêmica). Mindhunter teve momentos que me prenderam muito e outros que pensei “é isso do Fincher que eu não gosto”.

Eu já considero mérito uma obra audiovisual que me faz pensar além da história apresentada, nesse ponto Mindhunter acerta bastante. Assim como os assassinos vão entrando na pele de Holden aos poucos, inúmeros questionamentos começam a aparecer nas nossas cabeças enquanto assistimos.

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Star Trek: Discovery | Primeiras Impressões

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Star Trek: Discovery é a nova série da franquia, que pode ser encontrada na Netflix. Ao contrário de outras que estão lá, os episódios de Star Trek: Discovery estão sendo lançados aos poucos, então só vai dar para maratonar caso você tenha alguma paciência para esperar todos saírem.

Criada por Brian Fuller e Alex Kurtzman, a história acontece 10 anos antes da série clássica. Os dois primeiros episódios são na verdade uma introdução do que acontecerá ao longo da temporada. Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) é a primeira oficial da capitã Philippa Georgiou (Michelle Yeoh). As duas percebem algo estranho em um cinturão de asteroides próximo de sua localização. Quando Michael vai investigar, ela descobre que acabaram de topar com os Klingons.

Por enquanto, assisti aos três primeiros episódios e vou falar um pouco das minhas primeiras impressões deles, sem spoilers.

Eu não assisti a série clássica, então falo como pessoa de fora do fandom de Star Trek. Para mim, o primeiro mérito é que Discovery consegue abraçar os fãs novos e que sabem pouco da história de Star Trek. Mesmo não sabendo alguns dos termos e informações desse universo, ao longo desses dois primeiros episódios já é possível aproveitar tudo que o roteiro apresenta sem ficar completamente perdido.

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13 Reasons Why e os assuntos que precisam ser falados

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É muito raro encontrar alguma pessoa que não tenha passado por algum tipo de bullying na escola. Mesmo eu, que não passei por muitas coisas difíceis na época do colégio, passei por episódios de bullying e certos aspectos de mim hoje são por causa desses momentos. Infelizmente isso é muito comum para muita gente e pode acabar de forma ruim quando não damos a atenção que esse assunto precisa.

Suicídio é outro assunto delicado. É algo sempre pesado e que não sabemos bem como lidar. O assunto suicídio apareceu na minha vida quando eu era bem nova, dentro da minha família. Quem a gente culpa? Existem culpados? O que a gente faz? O que poderíamos ter feito diferente? Como você explica isso para adolescentes?

Eu quis começar falando um pouco da minha própria experiência com esses assuntos porque não tem como assistir 13 Reasons Why e não pensar na própria vida. Depois de assistir os treze episódios, entendo porque tantas pessoas se sentiram tão conectadas. A série conta a história de Hannah (Katherine Langford), ou melhor, de como ela morreu. Depois que ela comete suicídio, seu amigo Clay (Dylan Minnette) recebe uma caixa com treze fitas. Quando ele começa a escutar, Clay descobre que são fitas de Hannah, onde ela fala os motivos que a levaram a se matar. Cada fita é dedicada a uma pessoa que fez algo com ela de alguma forma e, se as fitas chegaram em Clay, é porque ele é um dos motivos.

A crítica não tem spoilers da série ou do livro em que ela foi baseada.

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Desventuras em Série | Primeira Temporada

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O primeiro lançamento da Netflix desse ano é Desventuras em Série, uma história que já possui vários fãs, considerando que é baseada na série de livros e também pelo fato de já existir uma adaptação para os cinemas. Produzida e dirigida por Barry Sonnenfeld, Desventuras em Série possui oito episódios, dois para cada livro, então a primeira temporada cobre os acontecimentos dos quatro primeiros livros.

Para quem ainda não conhece, Desventuras em Série conta a história de Violet (Malina Weissman), Klauss (Louis Hynes) e Sunny (Presley Smith), os irmãos Baudelaire que logo no começo se tornam os órfãos Baudelaire. Um misterioso incêndio mata os pais dessas crianças e acaba com praticamente tudo da mansão onde eles moravam. Por causa disso, os irmãos Baudelaire são transportados para a casa de seu novo tutor: Conde Olaf (Neil Patrick Harris). Enquanto tudo isso vai sendo mostrado, os acontecimentos são narrados por Lemony Snicket (Patrick Warburton), que conhece muito sobre a família Baudelaire.

Enquanto na adaptação para os cinemas, de 2004, Desventura em Série parecia ser muito corrido e enchia duas horas com um número excessivo de informações, a série da Netflix toma seu tempo para contar a história com mais calma. Às vezes um pouco mais do que o necessário. É interessante a escolha de dois episódios por livro e em geral a Netflix conseguiu dividir bem os acontecimentos, mas há alguns momentos que poderiam ter sido cortados ou até menos arrastados.

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Sense8, Especial de Natal e o futuro da série

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Antes de 2016 acabar, a Netflix lançou o especial de natal de Sense8. A segunda temporada da série será lançada em maio de 2017.

Para quem não lembra, no final da primeira temporada os sensate tinham passado pelo seu primeiro confronto contra os sussurros. Enquanto isso, cada um deles tinha que lidar com seus próprios problemas em várias partes do mundo. Sun estava presa na solitária, Lito precisava lidar com o fato de que seu relacionamento com Hernando tinha vazado na mídia, Kala estava em lua de mel com um marido que aparentemente não ama, Wolfgang está sendo perseguido por gângsters para tomar o lugar de seu pai, Capheus está tentando consertar a Van Damn, Nomi virou uma fugitiva e Will está se escondendo dos Sussurros com a ajuda de Riley.

Com duas horas de duração, Sense8 trás de volta todos esses personagens tão amados, avança um pouco na trama principal e também nos dá algumas cenas divertidas entre todos os sensate. Esse episódio seguiu bem o modelo que já conhecemos da série, tanto as partes boas quanto as ruins, e também pode nos indicar como algumas coisas serão levadas para a segunda temporada.

Essa crítica terá spoilers do episódio especial de natal e também algumas considerações sobre o futuro da série a partir de agora.

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Hated in the Nation | 3ª Temporada de Black Mirror

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Dirigido por James Hawes, Hated in the Nation (Odiados pela Nação) é o último episódio da terceira temporada de Black Mirror. Também é o mais longo, com uma hora e meia de duração, praticamente um filme. Em Hated in the Nation, a detetive Karin Parke (Kelly Macdonald) e sua nova assistente Chloe Perrine (Faye Marsay) começam a investigar um novo caso: Uma jornalista famosa foi assassinada depois de escrever um artigo muito polêmico em sua coluna, que rendeu muitos comentários de ódio na internet. Durante a investigação, Karin e Chloe descobrem que os assassinatos possuem conexões com uma empresa que desenvolve abelhas robóticas, já que essa espécie está extinta nesse mundo.

Por ser mais longo que os outros, o episódio acaba trazendo vários tipos de reflexões: discursos nas redes sociais, viralização, governo monitorando a vida da população, extinção de espécies importantes para o ecossistema… Hated in the Nation é uma história policial que mostra um lado sombrio do que poderia acontecer caso as coisas que postássemos na internet fossem mais do que só palavras. Hoje em dia, muitos lutam para que a internet não seja uma terra sem lei e esse episódio aborda isso, só que de uma forma muito mais… Black Mirror.

Devo assistir? O episódio tem mortes e ameaças na internet, mas não é um episódio violento ou com cenas muito gráficas de violência. Tem abelhas robóticas, é bom saber caso você tenha fobia, mas como uma pessoa que tem medo de abelhas (as de verdade), apesar de passar por alguns incômodos, consegui assistir o episódio numa boa.

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Men Against Fire | 3ª Temporada de Black Mirror

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Dirigido por Jakob Verbruggen, Men Against Fire (Engenharia Reversa) é um daqueles episódios que acontecem em um futuro que parece estar muito próximo. Stripe (Malachi Kirby) é um soldado que, junto com sua equipe, está tentando ajudar os moradores de uma certa região. Eles estão sendo atacados por criaturas que chamam de baratas, que parecem ser pessoas que foram contaminadas com algum tipo de vírus zumbi.

Men Against Fire é um episódio de guerra, então tudo na tela vai criar esse clima. É tudo muito cinza, sério, triste e pesado. O episódio vai falar sobre como a tecnologia pode ser usada para “aprimorar” os soldados na guerra. O problema é que essas mudanças que o ajudam a melhorar a parte do combate podem acabar afetando o lado que faz esses soldados serem humanos.

Devo assistir? Como estamos falando de guerra, é um episódio pesado e com algum nível de violência por causa dos combates. Há algumas cenas que talvez incomodem por um lado mais gráfico, incluindo tiros e facadas, mas isso não acontece durante o episódio inteiro. E não, não tem baratas de verdade.

O texto contém spoilers.

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San Junipero | 3ª Temporada de Black Mirror

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Dirigido por Owen Harris, San Junipero é o episódio que mais se destaca nessa temporada, por inúmeros motivos. A história começa com Yorkie (Mackenzie Davis) em um lugar chamado San Junipero na década de 80, em que há festas por todos os lados e pessoas querendo se divertir. Ela conhece Kelly (Gugu Mbatha-Raw), outra viajante em San Junipero, que aparentemente está bem mais confortável naquele lugar do que Yorkie. As duas começam a se aproximar e acabam tendo um caso que vai mudar muita coisa.

San Junipero é muito diferente do que esperamos. O episódio ainda tem muitos aspectos de Black Mirror, mas é quase que um respiro depois de vários episódios com mensagens mais pesadas. Mesmo com um tom mais “leve”, San Junipero levanta inúmeros questionamentos sobre o que é estar vivo e o que é verdade ou não dentro do virtual. O episódio faz isso construindo duas personagens muito interessantes e uma relação linda entre elas.

Devo assistir? Sim! Eu diria que San Junipero, além de ser um episódio ótimo, é provavelmente o mais seguro. Ele tem sim vários momentos melancólicos característicos da série, mas talvez seja o episódio indicado para as pessoas que acham Black Mirror muito pesada. Não que esse não tenha uma boa carga emocional, mas… Só assiste!

O texto contém spoilers.

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Shut Up and Dance | 3ª Temporada de Black Mirror

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Dirigido por James Watkins, Shut Up and Dance (Cala a Boca e Dança) conta a história de Kenny (Alex Lawther), um rapaz de 19 anos que vive sua vida sem maiores problemas. Quando sua irmã usa seu computador e acaba baixando programas estranhos, Kenny começa a ser espionado por hackers. Ele é gravado pela própria webcam enquanto se masturba e agora esses hackers estão ameaçando Kenny, dizendo que vão espalhar seu vídeo caso ele não faça exatamente o que eles querem.

A história desse episódio poderia acontecer hoje ou amanhã. Conhecemos todas as tecnologias mostradas e ser gravado pela webcam sem querer não parece tão impossível. Normalmente esses episódios causam um grande impacto no público. Shup Up and Dance nos faz refletir sobre até onde somos capazes de ir para esconder um segredo nosso, como podemos ser manipulados com o medo de sermos expostos.

Devo assistir? O episódio fica com um tom mais pesado no final. Já vi muitas pessoas dizerem que esse é um dos episódios mais chocantes. Ele de fato choca, mas não tem um clima pesado como Playtest, mesmo que a sensação de tensão dure o episódio todo. De qualquer forma, vale avisar que há menções de prostituição, racismo e pedofilia. Nenhuma dessas coisas aparece na tela, não tem nada gráfico, mas os personagens mencionam esses assuntos em certos momentos.

O texto contém spoilers.

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Nosedive | 3ª Temporada de Black Mirror

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A tão esperada terceira temporada de Black Mirror finalmente está disponível na Netflix! Com seis episódios novos, a série volta com tudo, trazendo novas histórias, atores e reflexões.

Farei um texto para cada episódio da série. Seguindo a ordem da Netflix, Nosedive (Perdedor) será o primeiro.

Dirigido por Joe Wright, o episódio mostra uma sociedade em um futuro não tão distante do nosso. Nesse universo, as pessoas avaliam tudo que acontecem ao seu redor: Experiências, comida, outras pessoas, etc. Consequentemente, cada pessoa tem uma numeração de 0 a 5 estrelas. Isso pode não parecer tão diferente do que vivemos. Apesar de não avaliarmos pessoas assim, essa numeração é usada para lugares e sempre ficamos de olho em quantas curtidas tivemos nas redes sociais. O problema é que, não só essa sociedade vive isso intensamente, como muitas coisas necessárias para viver usam esse sistema. Uma nota baixa pode te fazer perder um emprego, notas altas resultam em descontos e vantagens que outros não podem ter. A preferência é sempre do “mais popular”, o que exige que as pessoas que querem estar acima de 4.5 tenham uma postura impecável.

É no meio de tudo isso que Lacie (Bryce Dallas Howard), uma 4.2, está tentando arrumar uma nova casa. O lugar que ela quer é caro, mas se ela tiver mais que 4.5 pode conseguir um desconto bom. A chance que ela tem de crescer no ranking é fazendo um discurso no casamento de uma amiga de infância, Naomie (Alice Eve), que tem 4.8 e a cerimônia só terá pessoas 4.7 para cima.

Devo assistir? Em toda crítica de Black Mirror farei esse tópico. Muita gente me pergunta o quão pesado é a série. Black Mirror é difícil de engolir, mas cada episódio é uma experiência diferente. Dito isso, Nosedive não é muito complicado de assistir. O episódio te deixa tenso com a necessidade de aprovação da protagonista e fala sobre aceitação que queremos da sociedade.

O texto contém spoilers.

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