Há alguns dias eu postei um texto sobre estereótipos que encontramos em personagens bissexuais na cultura pop. Eu terminei concluindo que o problema não é a característica clichê em si, mas como isso pode dar uma representação ruim como um todo, já que muitas vezes é a única que vemos. Personagens que se resumem ao estereótipo não são representações tão interessantes, mas quando isso é uma característica no meio de várias, ou um personagem bissexual no meio de outros, aí a representação pode ser mais positiva.
Isso tudo aqui é o ponto de vista de uma pessoa, então seguir as minhas dicas não significa que nenhuma outra pessoa bissexual no mundo não vai criticar a representação da sua obra. Mas ler sobre o assunto, ouvir as pessoas da minoria em questão e, mais importante, se permitir ouvir críticas e dicas pode ajudar.
Eu entendo que às vezes ouvir críticas não é fácil, principalmente no ponto de vista de representação. Isso é considerado uma característica secundária das obras, então há sim muitos artistas que acham que pensar criticamente sobre isso é “censura” ou “impedir minha arte de ser livre”. Mas assim como estamos dispostos a ouvir dicas sobre narrativa, revisão de texto ou formatação, também precisamos estar dispostos a ouvir quando o assunto é representação.