Desventuras em Série | Primeira Temporada

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O primeiro lançamento da Netflix desse ano é Desventuras em Série, uma história que já possui vários fãs, considerando que é baseada na série de livros e também pelo fato de já existir uma adaptação para os cinemas. Produzida e dirigida por Barry Sonnenfeld, Desventuras em Série possui oito episódios, dois para cada livro, então a primeira temporada cobre os acontecimentos dos quatro primeiros livros.

Para quem ainda não conhece, Desventuras em Série conta a história de Violet (Malina Weissman), Klauss (Louis Hynes) e Sunny (Presley Smith), os irmãos Baudelaire que logo no começo se tornam os órfãos Baudelaire. Um misterioso incêndio mata os pais dessas crianças e acaba com praticamente tudo da mansão onde eles moravam. Por causa disso, os irmãos Baudelaire são transportados para a casa de seu novo tutor: Conde Olaf (Neil Patrick Harris). Enquanto tudo isso vai sendo mostrado, os acontecimentos são narrados por Lemony Snicket (Patrick Warburton), que conhece muito sobre a família Baudelaire.

Enquanto na adaptação para os cinemas, de 2004, Desventura em Série parecia ser muito corrido e enchia duas horas com um número excessivo de informações, a série da Netflix toma seu tempo para contar a história com mais calma. Às vezes um pouco mais do que o necessário. É interessante a escolha de dois episódios por livro e em geral a Netflix conseguiu dividir bem os acontecimentos, mas há alguns momentos que poderiam ter sido cortados ou até menos arrastados.

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Jessica Jones | Primeira Temporada

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A Netflix acertou mais uma vez! Depois de uma adaptação muito bem feita de Demolidor, um grande herói do universo da Marvel, a Netflix vai para os quadrinhos de novo e produz uma série incrível de uma das heroínas mais importantes que conheci: Jessica Jones.

Jessica é uma investigadora particular de Hell’s Kitchen. Ela é forte, durona, se vira sozinha e não deixa que ninguém pise nela. Jessica não liga para a opinião dos outros, mas ajuda quem precisar sem pensar duas vezes. No meio de uma de suas investigações, Jessica precisa encarar um trauma de seu passado do qual vem tentando fugir há tempos, mas ela cansou de fugir.

A série me lembrou muito o estilo Demolidor, não só pelas semelhanças entre os protagonistas, mas também pelo estilo que a Netflix usou para ambas a série. Porém, arrisco dizer aqui que Jessica Jones é melhor.

Podem ficar tranquilos, esse texto não tem spoilers.

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Sense 8 | Primeira Temporada

Como prometido no texto 8 motivos para você assistir Sense8 (que aliás bombou de visualizações! Obrigada!), aqui está a crítica da primeira temporada.

Sense8 conta a história de 8 pessoas que levavam suas vidas normalmente, até que um dia elas são conectadas umas às outras. Além de precisarem se juntar para vencer uma conspiração, precisam também se ajudar em seus dramas pessoais.

É uma série diferente, o roteiro tem outra cara e isso pode incomodar, mas vale a pena. Em Sense8 os episódios são muito mais interligados que o de outras séries, assumindo que quem vai assistir irá ver uns três episódios seguidos. Há várias partes que a série deixa a história principal de lado para focar no desenvolvimento dos personagens.

A montagem ajuda muito essa linguagem, com vários eventos acontecendo ao mesmo tempo em vários lugares do mundo, a montagem dá a dinâmica necessária para a série não ficar parada. Já que o roteiro não é sempre focado na trama principal, que às vezes parece ficar “de lado”, a montagem faz um papel importante aqui. É muito parecido com a pegada de Cloud Atlas (A Viagem). Eu sei, muita gente não gosta de Cloud Atlas (eu amo), mas Sense8 acerta em pontos que o filme errou, o formato de série dá mais espaço e liberdade para que essa narrativa funcione.

Os personagens movimentam a história, além de os 8 sensate serem diferentes e cativantes, a série foca bastante tempo no desenvolvimento de cada um, em alguns episódios já deu para sentir como todos eram densos. Sempre acaba tendo os que são mais importantes, mas nenhum deles parece ficar muito de lado. Além dos principais, os personagens secundários também são ótimos, destaque para Amanita.

Como são ligados, sempre que dois sensates estão sentindo algo parecido, ou precisam de algo que um outro saiba muito bem, há um encontro. No começo há um estranhamento, mas ao longo da série eles vão ficando mais conectados e entendendo como aquilo funciona, aparecendo quando necessário.

Representatividade é sempre algo positivo e a série acerta muito nesse sentido. Como já apontado no outro texto, há representatividade de mulheres, pessoas negras, pessoas LGBT+… O relacionamento de Nomi com Amanita é uma relação incrível, Sun é a pessoa pra quem todos pedem ajuda na hora da briga… Infelizmente momentos assim ainda não são tão comuns quanto gostaríamos.

Como toda a série, também há problemas. Ao mesmo tempo em que a série mantém a audiência perdida em vários aspectos, em outros ela exagera nas explicações, ao mesmo tempo que os diálogos podem ter um significado profundo, eles são feitos de tal forma que pode ser difícil de engolir. Há um exagero também no uso de flashbacks, que são curtos e aparecem para explicar algo que já está sendo dito pelo personagem. Usando o exemplo de Lost (inclusive porque temos Naveen Andrews no elenco, eterno Sayid), os flashbacks explicavam algo que não estava sendo dito ou não podia ser dito (passado de Kate, por exemplo), no Sense8 às vezes ficam too much.

Outro erro da série, que elogiei um dia desses em O Demolidor (também da Netflix) é que, apesar da série se passar em diferentes lugares do mundo e isso ser bem interessante, em todos os países eles falam inglês. Entenderia se nas cenas entre os sensates eles falassem em inglês entre si, mas Sun falando inglês com seus colegas de trabalho, no meio de Seul? Wolfgang xingando em inglês em Berlim?

Mesmo com deslizes, Sense8 é muito bom e vale a pena! Mesmo que esse modelo não agrade alguns (vejam as reações mistas quando saiu Cloud Atlas), só o fato de a série ser diferente e apresentar algo novo já é ponto positivo, com representatividade, mais pontinhos. Além disso, adicione ficção científica, um roteiro cheio de mistério, personagens sensacionais e ação que temos Sense8.

Abaixo análise com spoilers

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