Star Trek: Discovery | Primeiras Impressões

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Star Trek: Discovery é a nova série da franquia, que pode ser encontrada na Netflix. Ao contrário de outras que estão lá, os episódios de Star Trek: Discovery estão sendo lançados aos poucos, então só vai dar para maratonar caso você tenha alguma paciência para esperar todos saírem.

Criada por Brian Fuller e Alex Kurtzman, a história acontece 10 anos antes da série clássica. Os dois primeiros episódios são na verdade uma introdução do que acontecerá ao longo da temporada. Michael Burnham (Sonequa Martin-Green) é a primeira oficial da capitã Philippa Georgiou (Michelle Yeoh). As duas percebem algo estranho em um cinturão de asteroides próximo de sua localização. Quando Michael vai investigar, ela descobre que acabaram de topar com os Klingons.

Por enquanto, assisti aos três primeiros episódios e vou falar um pouco das minhas primeiras impressões deles, sem spoilers.

Eu não assisti a série clássica, então falo como pessoa de fora do fandom de Star Trek. Para mim, o primeiro mérito é que Discovery consegue abraçar os fãs novos e que sabem pouco da história de Star Trek. Mesmo não sabendo alguns dos termos e informações desse universo, ao longo desses dois primeiros episódios já é possível aproveitar tudo que o roteiro apresenta sem ficar completamente perdido.

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Os estereótipos dos personagens bissexuais na cultura pop

From EPP

Dia 23 de setembro é o dia da visibilidade bissexual. Pois é, o B não é de banana, por mais que algumas pessoas insistam em ignorar as demandas dessa parte da comunidade LGBT+. Assim como as outras minorias, personagens bissexuais possuem um histórico cheio de problemas quando falamos de representação, então hoje vamos discutir um esses estereótipos na cultura pop.

Parece óbvio dizer que personagens bissexuais aparecem muito pouco na mídia. Com os anos, nossas opções para criar uma lista aumentam, incluindo alguns que realmente são positivos, mas ainda estamos muito longe de chegar em um ponto satisfatório. No relatório de 2016-2017 da GLAAD, foi estimado que apenas 4,8% dos personagens da televisão nos Estados Unidos eram LGBT+, ou seja, dentro desse número pequeno estão personagens gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, etc.

Entre esses, 30% foram considerados bissexuais, um total de 64 mulheres e 19 homens. Considerando o número de séries na televisão dos Estados Unidos, esse número é muito pequeno. Sim, se juntar cinema, quadrinhos, jogos e outras mídias, certamente esse número vai aumentar, mas tente comparar com a imensidão de personagens heterossexuais em todas essas mídias. A situação está muito longe de se tornar um cenário considerado igualitário.

A questão não são só os números baixos, mas também o estereótipo em que esses personagens são colocados sempre que aparecem. Esse texto é para pontuar clichês que sempre caem em cima dos personagens bissexuais, que colabora para uma imagem preconceituosa que é feita do B no LGBT+.

Como os números do GLAAD apontam, mulheres bissexuais possuem mais espaço na mídia do que homens. Isso dá uma falsa impressão de que mulheres são mais aceitas, mas basta ver a representação dessas personagens para perceber que isso não é verdade. Mulheres bissexuais ouvem com frequência que na verdade elas são hétero, que gostam mesmo é de homem e só beijam mulheres em baladas. O típico comentário de gente que acha que sabe da sexualidade de alguém mais que a própria pessoa, né? Mas voltemos aos estereótipos.

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7º Episódio: The Dragon and the Wolf | 7ª Temporada de Game of Thrones

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Mais uma temporada de Game of Thrones chega ao fim. Com um episódio de uma hora e meia, The Dragon and the Wolf deixa tudo preparado para o grande conflito que vai dar um ponto final na história de Westeros. Arcos foram concluídos e muitas decisões foram tomadas, nem todas da melhor forma.

O episódio no geral é divertido, a segunda metade é melhor que a primeira. Infelizmente, The Dragon and the Wolf começa de forma mais maçante e, inclusive, com algumas incoerências, mas com o tempo vai melhorando o ritmo e chegando no final. Algumas coisas de fato foram bem previsíveis, mas certos pontos da trama só tinham um caminho para ir até agora.

Por mais que Game of Thrones, como já mencionei antes, saiba fazer um show, as incoerências de roteiro ainda fazem com que certas cenas percam a força. Em alguns momentos, é como se eles tivessem medo de escolher caminhos arriscados, que é uma das grandes característica da série, que faz tanta gente gostar de assistir Game of Thrones. Entre momentos ruins e outros que nos fizeram vibrar, a série conclui sua penúltima temporada.

A partir daqui o texto terá spoilers do episódio.

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5º Episódio: Eastwatch | 7ª Temporada de Game of Thrones

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Depois do último episódio, era bem provável que as coisas fossem acalmar antes de mostrar ao público outra batalha emocionante. Mas Eastwatch não tomou as melhores decisões. Talvez o episódio com o ritmo mais rápido da temporada, vimos muitas revelações, algumas legais e outras que apareceram de forma que nós nem imaginávamos.

Até o momento, apenas um lado da briga estava dando tiros certeiros, mas dessa vez a coisa fica mais balanceada. Alguns reencontros acontecem, certos personagens repensam algumas decisões e voltamos a falar dos White Walkers, em como eles são uma ameaça muito mais importante do que quem vai sentar no trono de ferro.

Com dois episódios para o fim dessa temporada, dá para ver que a produção de Game of Thrones estava correndo contra o tempo para amarrar todas as pontas. Ninguém quer ver enrolação na série, mas alguns pontos poderiam ter sido melhor pensados. No entanto, Eastwatch dá a deixa para um conflito que pode ser bem perigoso no próximo episódio.

A partir de agora o texto terá spoilers.

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4º Episódio: The Spoils of War | 7ª Temporada de Game of Thrones

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Todo mundo se recuperou desse episódio? Muito dos grandes momentos dessa temporada foram tão impactantes pelo que já aconteceu na história de Westeros. Não tirando o mérito dos acertos, mas até quando a cena nem era tão boa, ela causava algo nos fãs que estavam acompanhando desde a primeira temporada.

Com The Spoils of War nós também vemos isso, mas o episódio vai além, colocando novas coisas em jogo. Esse final com certeza vai ficar na memória de muita gente. Por mais que eu tenha achado que poderia ter acontecido mais coisa, até porque esse episódio foi mais curto do que o normal, tivemos muitos momentos importantes que, ao que tudo indica, serão ainda mais relevantes para o futuro.

Daenerys e Cersei continuam movendo seus respectivos exércitos, enquanto Jon segue tentando convencer as pessoas de que os White Walkers são uma ameaça real. Algumas cenas foram bem bonitas, outras me deixaram com algumas pulgas atrás da orelha sobre certos segredos que ainda podem ser revelados.

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8º Episódio: Come to Jesus | Deuses Americanos

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Depois de uma aventura de oito episódios, a primeira temporada de Deuses Americanos chega ao seu season finale. Muita coisa boa aconteceu e outras nem tanto. Normalmente esperamos um conflito maior no último episódio, ou uma revelação importante e tivemos tudo isso, só que algumas delas talvez não exatamente do jeito que nós imaginávamos.

Alguns personagens que já tinham aparecido voltam, como Anansi e Bilquis, e outros novos aparecem pela primeira vez para marcar presença, como Ostara. Wednesday e Shadow voltam a ser o foco, mas também temos espaço para a dupla Laura e Mad Sweeney.

Apesar de ter gostado desse final e da temporada em si, eu acredito que faltaram algumas coisas que eram importantes. Vou começar falando do episódio, como sempre, e no final do texto vou comentar um pouco da temporada como um todo e o que eu espero para a próxima.

O texto terá spoiler do episódio.

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Sense8, Especial de Natal e o futuro da série

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Antes de 2016 acabar, a Netflix lançou o especial de natal de Sense8. A segunda temporada da série será lançada em maio de 2017.

Para quem não lembra, no final da primeira temporada os sensate tinham passado pelo seu primeiro confronto contra os sussurros. Enquanto isso, cada um deles tinha que lidar com seus próprios problemas em várias partes do mundo. Sun estava presa na solitária, Lito precisava lidar com o fato de que seu relacionamento com Hernando tinha vazado na mídia, Kala estava em lua de mel com um marido que aparentemente não ama, Wolfgang está sendo perseguido por gângsters para tomar o lugar de seu pai, Capheus está tentando consertar a Van Damn, Nomi virou uma fugitiva e Will está se escondendo dos Sussurros com a ajuda de Riley.

Com duas horas de duração, Sense8 trás de volta todos esses personagens tão amados, avança um pouco na trama principal e também nos dá algumas cenas divertidas entre todos os sensate. Esse episódio seguiu bem o modelo que já conhecemos da série, tanto as partes boas quanto as ruins, e também pode nos indicar como algumas coisas serão levadas para a segunda temporada.

Essa crítica terá spoilers do episódio especial de natal e também algumas considerações sobre o futuro da série a partir de agora.

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Westworld | Primeiras Impressões

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A nova série da HBO estreou dia 2 de outubro. Com apenas dois episódios já lançados, a nova aposta do canal já está rendendo muitos comentários. Westworld é uma série de ficção científica, baseada em um filme de mesmo nome de 1973, criada por Jonathan Nolan e Lisa Joy.

Westworld é um parque temático que simula a época do Velho Oeste. Lá existem androides, chamados “anfitriões”, que são como se fossem atores para deixar o parque mais realista. A diferença é que os androides são programados para realmente viver aquela realidade e nem tem ideia da sua real condição. Esses anfitriões recebem os “recém-chegados”, que são as pessoas que tem dinheiro para frequentar o parque. Lá dentro, os visitantes podem fazer o que quiserem, como realizar as missões que os personagens dão ou até mesmo matar os androides.

Um resumo bem rápido da série para mim seria: Parece Game of Thrones com androides no Velho Oeste versão ficção científica, para o bem e para o mal. Talvez eu comente alguns spoilers leves, mas nada que atrapalhe quem ainda não viu a série.

A história em si não tem nada de parecido com Game of Thrones, mas a mão da HBO é bem evidente em ambas a séries. Tecnicamente, Westworld não deixa a desejar, o telespectador consegue sempre identificar imediatamente quando está dentro ou fora do parque. Isso não fica só pelos cenários óbvios, mas pelas cores e estéticas utilizadas. Por mais que a junção Sci-Fi e Velho Oeste possa afastar algumas pessoas, a série consegue pesar bem o tempo de cada ambiente.

No primeiro episódio há uma repetição na vida de Dolores (Evan Rachel Wood), uma das androides, que representa de forma legal como aquela realidade se repete indefinidamente. No segundo episódio isso volta, com menos força e talvez nem tão necessário, mas fica bom no contexto geral mesmo assim. Outra coisa que chama a atenção é como os idealizadores do parque parecem uma equipe de roteiristas de games, planejando cada arco ou episódio do parque, as missões, o que faz cada personagem realizar cada coisa, etc.

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Stranger Things | Primeira Temporada

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Stranger Things é a nova série da Netflix, ela foi criada pelos irmãos Duffer e mistura elementos de terror, ficção científica e suspense. Ambientada na década de 80, a série mal foi lançada e já deu o que falar, conseguindo vários fãs e sendo renovada para a segunda temporada.

No interior dos Estados Unidos, um garoto chamado Will Byers desaparece de casa. Joyce Byers, a mãe do menino, começa a procurar por pistas junto com o policial Jim Hooper e o filho mais velho Jonathan Byers. Enquanto isso, Mike Wheeler, amigo de Will, encontra uma menina perdida na floresta, chamada El (de Eleven, que em português é Onze). Ao longo de oito episódios as pistas vão se juntando e as pessoas daquela cidade percebem que os acontecimentos estranhos estão mais conectados do que imaginam.

Essa é uma daquelas séries que você não consegue parar de assistir. Cada episódio vai apresentando pistas novas e faz com que o público tenha vontade de ir adivinhando junto com os personagens o que está acontecendo. A história é cheia de momentos tensos, divertidos e interessantes. O que é a criatura? O que aconteceu com El? Onde está Will? O que está acontecendo naquela cidade? Todas as perguntas principais vão sendo respondidas aos poucos e de formas interessantes.

Apesar de ser uma história que te prende, o roteiro não é perfeito. Há sim momentos em que a trama se perde um pouco ou que os personagens conseguem certas coisas com muita facilidade. Apesar do passo da série ser bom, a história apresenta certas descobertas de formas não muito convincentes.

Stranger Things te transporta para os anos 80: temática, trilha sonora, clichês… A ambientação é muito bem feita e com certeza deixa muitos fãs do gênero nostálgicos ao assistirem. A série também é cheia de referências nerds da época e é muito divertido ver o núcleo das crianças comparando o que acontecia com eles com momentos de mesas de RPG.

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Os personagens são em geral muito interessantes, por mais que uns sejam mais importantes para a história do que outros, em geral o tempo dos personagens é bem dividido. Por ter um bom número de personagens, a história se divide em núcleos e vai mostrando como cada um deles pensa, age em relação ao que está acontecendo e como eles pretendem resolver os mistérios da cidade.

Apesar dos personagens serem divertidos e nenhum núcleo ser entediante, aqui também temos alguns erros. A série parece deixar as coisas muito fáceis para Hooper em certos momentos, fazendo outros personagens ao seu redor parecerem incompetentes. Há também alguns estereótipos desnecessários. Eu sei que a ideia é falar dos anos 80, mas ainda é uma série lançada em 2016. Adorei as personagens mulheres, mas além de serem poucas, suas representações falham em alguns momentos. Entre os principais só existe um personagem negro, Lucas, que muitas vezes é colocado como o errado quando discute com o “líder do grupo”, Mike, que é um menino branco.

No final há coisas que não são muito bem concluídas, seja pelo arco de personagem ou pelo roteiro em si. A série já foi renovada para a segunda temporada, então pode ser que algumas coisas sejam melhores resolvidas lá, mas de fato nos últimos episódios a história parece perder o fôlego.

Stranger Things não é uma série perfeita, mas com certeza prendeu a atenção de muita gente e conquistou muitos fãs. Ela tem pontos positivos, algumas falhas que podiam ser melhoradas, mas vale a pena conferir. Os mais assustados podem ficar tranquilos, são pouquíssimos os momentos que assustam.

Agora farei algumas considerações com spoilers. Então se você não viu ainda, vai lá ver e volta.

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Por que não gostei do final de Penny Dreadful

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Aviso de spoilers da terceira temporada de Penny Dreadful.

Há um tempo atrás recebemos a notícia de que a terceira temporada de Penny Dreadful também seria a última. De acordo com os criadores da série, eles planejavam que a série terminasse nesse ponto e não fosse muito longa.

Normalmente eu faria uma crítica da temporada em geral, mas confesso que essa foi tão fraca em vários pontos que muitas coisas são até difíceis de lembrar. Em parte eu imaginei que isso tivesse acontecido pela série ser cancelada do nada, o que não daria tempo de terminar todos os arcos como os criadores gostariam. Até eu descobrir que aparentemente esse era o plano deles, deixando tudo confuso para quem assistia.

Em geral até o quarto episódio as coisas corriam bem, havia alguns elementos reciclados de outras temporadas, mas a volta do Drácula e uma possível segunda chance para os vampiros me deixou empolgada. Depois do episódio do flashback de Vanessa no manicômio, as coisas parecem simplesmente acontecer só para chocar o público. Boa parte dos personagens tiveram arcos que não pareciam acrescentar em nada, terminando em um ponto similar ao qual eles tinham começado.

Eu entenderia melhor esses arcos mal acabados se a série tivesse sido planejada para ter mais temporadas, mas do jeito que ficou não faz muito sentido. Algumas histórias até fecham de certa forma, como a de Dorian, mas ao mesmo tempo personagens novos ficam perdidos no meio da trama, como Dr. Jekyll e Catriona. Ambos pareciam que podiam ter acrescentado muito se tivessem sido melhores explorados. Também teve o caso de Lilly, Victor e Ethan, que passam por coisas que parecem não acrescentar nada para o personagem ou para a história. Ethan abraça seu lado das trevas, mas para que? Victor passa a temporada toda tentando capturar Lilly só para desistir do plano sem muita explicação. Lilly tenta criar um grupo para ajudar mulheres para no final não dar em nada.

No meio de tudo isso, a série termina matando sua personagem principal. Depois de tudo, Vanessa tem um final que vai contra muita coisa que a série nos tinha apresentado e para mim parece injusto com a personagem.

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