O que aconteceu na E3 2016

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Do dia 12 até 16 de junho os gamers do mundo todo ficaram acompanhando as notícias da E3 2016, que aconteceu em Los Angeles. Como sempre, rolaram muitos anúncios, novidades, continuações de franquias conhecidas e entrevistas. Então vou fazer um resumão do que as empresas falaram esse ano.

  • EA

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Como esperado, a EA acabou deixando alguns títulos mais de lado para focar em eSports. Essa área de games tem rendido bastante e tem uma base de fãs muito grande, então não é de se surpreender que eles acabem se focando mais nesse tipo de jogo. Por outro lado, é um pouco chato para os fãs que também querem informações sobre outros títulos da EA.

Titanfall 2 não teve muito espaço, mas trouxe algumas novidades. Vimos um pouco da gameplay no multiplayer e agora também teremos uma opção de campanha offline, de acordo com a EA esse modo dará ao jogador uma oportunidade de entrar mais no universo do jogo. Com mais customização e seis titãs novos, o jogo será lançado no fim do ano.

Mass Effect Andromeda era o jogo que eu mais queria ver e infelizmente não vimos muito. Fiz alguns vídeos falando sobre isso, mas basicamente descobrimos que nosso novo protagonista viajará para a galáxia de Andromeda para encontrar uma nova casa para a raça humana. A Bioware diz que quer colocar muita coisa nova e mais liberdade do que qualquer outro jogo deles já teve. Para mais informações, precisamos esperar o fim do ano.

FIFA 2017 teve bastante destaque. Como sempre, a cada anos os gráficos estão melhores e um dos objetivos da EA é fazer com que o jogador se sinta como se estivesse em um jogo de futebol. Talvez a maior novidade tenha sido o fato de que agora teremos o modo história com o jogador Alex Hunter. Além de partidas, nesse modo poderemos interagir com outros jogadores, técnicos e outras cenas além do futebol em si.

A EA também apresentou o projeto EA Originals, uma iniciativa que busca apoiar produtoras pequenas que estejam criando jogos criativos e talvez não conseguissem tanta visibilidade. Isso veio da repercussão de Unravel ano passado e agora pudemos ver o jogo Fe, da produtora sueca Zoink Games. É um jogo de um filhote que se conecta com a natureza através de música e as criaturas malignas trazem o silêncio. Gosto muito mesmo de ver esse tipo de jogo tendo espaço em conferências desse tamanho.

Também vimos um pouco de Star Wars, sendo o único jogo da EA apresentado por uma mulher. Foi anunciado que os jogos que já temos da franquia ganhará conteúdo novo ao longo do ano. De acordo com a EA, eles ouviram o que os fãs pediram e vão incluir conteúdo dos novos filmes em Star Wars Battlefront no ano que vem. Sem dar muitos detalhes, também descobrimos que a partir de 2018 teremos mais jogos novos da franquia.

Um dos maiores títulos anunciados pela EA foi Battlefield 1. O jogo é ambientado durante a 1ª Guerra Mundial e de acordo com a EA as batalhas sempre serão diferentes uma das outras, seja pelo ambiente ao redor ou pela grande variedade de armas e veículos de guerra. Muitas pessoas tiveram a oportunidade de jogar durante a E3 e a grande maioria das impressões foram positivas, além disso a EA vai disponibilizar a versão beta nos próximos meses. O jogo será lançado em outubro desse ano e também foi apresentado durante a conferência da Microsoft.

Além desses jogos, a EA também falou de iniciativas como a Play to Give, que permitirá que os jogadores contribuam com instituições de caridade enquanto alcançam conquistas em jogos, e também falou sobre novos planos para incentivar e aumentar as competições de games, tanto de eSports quanto de outros jogos como Battlefield.

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Heróis, vilões e como encaramos a política

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Acredito que você que está lendo sabe que estamos passando por tempos complicados na política brasileira. Eu evito trazer esses assuntos para cá porque, apesar de serem importantes, aqui é um espaço de nerdice. Mas eu também tenho essa mania de relacionar coisas da vida real com as da ficção e dessa vez não foi diferente.

Esse texto vai além de “a vida imita a arte e a arte imita a vida”, eu não vou sentar e falar sobre as semelhanças entre a segunda trilogia de Star Wars e o que vimos acontecendo no último domingo, até porque as imagens da Padmé dizendo “É assim que a democracia morre, com muitos aplausos” passou por várias páginas. Na verdade eu queria falar sobre outra coisa que tem acontecido muito e que, além de me irritar, eu acredito que afeta muito o debate e o entendimento político do brasileiro.

Não é só na política que insistimos numa espécie de pensamento binário. As coisas são encaradas como 8 ou 80, “se não está comigo está contra mim”, isso ou aquilo, sem nada no meio ou além. Por exemplo: Sou contra o impeachment e o circo que foi feito pela mídia e políticos sobre o assunto, mas no momento em que eu digo isso eu já sou classificada como “petista” seguido de xingamentos. As pessoas não querem nem saber se eu realmente apoio o PT ou qualquer outro partido e minhas posições políticas, é muito mais fácil me jogar no saco dos “outros” ou até “inimigos”. Você pode achar que ouvi isso na rua pela cor da minha blusa, mas não, na rua não sofri nada, os xingamentos vieram de familiares e “amigos”.

Eu entendo que há momentos na vida em que a gente é forçado a se posicionar, mas isso está muito além do Corinthians x Palmeiras que as pessoas têm feito. O caso mais gritante atualmente é o caso da presidenta, mas quando olho outros aspectos da vida em geral e até dentro de militâncias, vejo uma necessidade de colocar dois lados e a pessoa precisa ir para um grupo do jogo de queimada.

O que eu vejo é uma sociedade que se recusa a enxergar os tons de cinza nas coisas, que não aceita que certas situações não são tão simples e que classifica uma pessoa como petista só pelo fato de não ser a favor do impeachment. Não foram poucas pessoas que vi que votaram no Aécio, por exemplo, e acham um absurdo o que está acontecendo. E aí?

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Eu li: Star Wars – Marcas da Guerra

E aí gente, como é que vocês estão?

Depois de um bom tempo, saiu uma resenha de livro no canal! Dessa vez eu li Star Wars: Marcas da Guerra, da editora Aleph e é escrito por Chuck Wendig. O livro foi escrito para juntar as pontas soltas entre a primeira e a terceira trilogia dos filmes, tem muita coisa legal e também outras que eu não gostei tanto.

Esse vídeo não contém spoilers do livro.

Aproveita e também se inscreve no canal e dá joinha no vídeo!

O termo “Mary Sue” e o caso da Rey

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O texto possui spoilers de Star Wars: O Despertar da Força.

Desde que o episódio VII de Star Wars foi anunciado, muito tem se falado da diversidade que está sendo inserida em uma das histórias mais amadas entre os nerds. Então não é nada surpreendente que a parte preconceituosa dos fãs, que nós já sabemos que não é pequena, ainda está reclamando de inúmeras coisas.

A repercussão sobre a diversidade do filme não foi pequena, tivemos inúmeros textos sobre a Rey e o Finn, sobre a representação de mulheres e negros, que inclusive cresceu para discussões sobre por que não encontramos tantos brinquedos da Rey ou sobre por que os bonecos do Finn estão sobrando nas lojas enquanto os outros sempre esgotam.

Uma coisa em especial veio chamando minha atenção. Desde que escrevi meu texto sobre a Rey e o quanto é importante ter uma mulher como protagonista de Star Wars, vi vários comentários, tanto no meu texto quanto em outros lugares, sobre Rey ser uma Mary Sue. Confesso que não sabia muito sobre o termo, então fui pesquisar. (Nota rápida: Ao contrário do que algumas pessoas me acusaram, sim, a tal da “justiceira” aqui viu sim todos os filmes de Star Wars, mais de uma vez cada por sinal. Eu conheço e pesquiso algo antes de falar sobre o assunto, diferente dos caras que nunca leram um parágrafo sobre feminismo e cobram minha carteirinha nerd. Quem que não faz a lição de casa?).

Vamos começar explicando o termo Mary Sue

O termo nasceu no mundo das fanfiction, que, para quem não sabe, é quando alguém escreve uma história de um universo ficcional que já existe. Caso você entre em um site de fanfics famoso, como o Archive of our own, vai encontrar histórias de inúmeros fandoms. Talvez o caso mais conhecido (infelizmente) é 50 Tons de Cinza, que começo como uma fanfic AU (alternative universe = universo alternativo) de Crepúsculo.

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Vamos falar sobre a Rey

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O texto não possui spoilers do filme, mas eu vou comentar alguns aspectos da personagem, então fica o aviso.

Ah, Rey! O que dizer dessa personagem que mal conheço e já amo pacas? Em ano de Furiosa e Jessica Jones, não achei que nos 45 do segundo tempo de 2015 nós teríamos ainda mais uma personagem feminina marcante na ficção. Felizmente eu estava errada.

Sim, é verdade que a atuação incrível de Daisy Ridley ajudou, que em poucos minutos já conseguiu cativar o público, mas aqui também temos uma personagem muito bem construída, sendo protagonista de um dos maiores clássicos do universo nerd. Isso é um passo muito importante quando falamos de representação.

Eu sempre tive muita dificuldade de mergulhar no fandom de Star Wars, por mais que gostasse de toda a mitologia do universo criado por George Lucas, sempre senti que faltava uma personagem que eu pudesse olhar e me ver de certa forma. Eu sei que temos Leia e Padmé, mas ambas são as únicas em um mundo completamente dominado por homens, além de que Leia passa por momentos “preciso ser salva” e Padmé tem um desenvolvimento bem falho durante a segunda trilogia. Gosto muito das duas, mas elas não me atraíam como outras personagens de outras histórias faziam. Esse é também o mesmo motivo pelo qual nunca consegui mergulhar de cabeça no mundo de Senhor do Anéis.

Eu lembro de uma vez me perguntar se não existiam mulheres Jedi e se havia alguma parte da mitologia de Star Wars que dizia que mulheres não poderiam ser Jedi. Quando assisti de novo todos os filmes, eu lembro de ver duas, naquele momento do episódio III em que todos os Jedi são executados. É isso, pouquíssimas Jedi que só aparecem para morrer.

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Nós somos mais que coadjuvantes | Star Wars, Mad Max e o preconceito no mundo nerd

Como todos sabem, dia 20/10 saiu o novo trailer de Star Wars: O Despertar da Força. No dia anterior, soltaram nas redes sociais o pôster do trailer. A internet explodiu, todo mundo eufórico, correndo pra comprar ingresso, agradecendo por uma das franquias mais amadas do mundo nerd estar de volta aos cinemas… Infelizmente, não foi só felicidade.

No twitter, um grupo começou uma campanha para boicotar o filme com a hashtag #BoycottStarWarsVII porque, segundo essas pessoas, era uma propaganda “anti-branca” por ter muita diversidade no elenco. Há quem diga que a hashtag foi só trabalho de trolls e que a maioria gritante das pessoas que usaram estavam expressando seu nojo contra esse grupo, e que na verdade quem fez a hashtag só queria mesmo causar. Eu não acredito nisso, ainda mais porque supostamente seria uma piada do 4chan, que já tem um histórico bem ruim de preconceito.

Não que eu não acredite na existência de trolls, mas eu não acho que isso era só brincadeira pra ver a reação geral. Não é caso isolado, quando há algum tipo de diversidade maior em alguma mídia nerd, sempre temos essas demonstrações de intolerância nas redes sociais. Não duvido nada que existam pessoas que realmente achem um absurdo que os dois protagonistas do novo Star Wars sejam um homem negro e uma mulher. É só parar pra ver quantas vezes isso já
aconteceu.

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